O Estado do Rio de Janeiro vai remanejar 3.000 policiais militares que atuavam administrativamente em Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) para o policiamento ostensivo nas ruas da região metropolitana. O número representa um terço do efetivo das UPPs.
O secretário de Segurança Roberto Sá garantiu que as unidades não serão prejudicadas. “A UPP não vai acabar. Vai manter. Há o compromisso com o interesse público”, afirmou Sá. “A gente vai conseguir manter a atividade fim e ela vai ser gerida pelos batalhões. Isso é gestão pública.”
As unidades dos Complexos da Penha e do Alemão se transformarão em um Batalhão de Polícia Pacificadora. As demais – as UPPs estão em 38 favelas do Rio – ficarão vinculadas aos batalhões da PM mais próximos.
As mudanças foram anunciadas no mesmo dia em que foi apresentada uma pesquisa que apontou que a maior parte dos moradores de favelas com UPPs não considera que elas tenham melhorado sua vida ou sensação de segurança. O estudo, ao mesmo tempo, revelou que 60% dos moradores preferem que elas permaneçam, embora com mudanças. O levantamento foi feito pelo Centro de Estudos de Segurança Pública e Cidadania (CESec) da Universidade Candido Mendes.
Os pesquisadores concluíram que o estado do Rio mantém a lógica de guerra às drogas, com operações constantes para prender traficantes e apreender drogas e armas. O pressuposto básico do projeto das UPPs, de polícia de proximidade, portanto, está sendo cumprido.
Mortes de PMs no Rio
No Rio de Janeiro, onde 97 PMs foram mortos somente este ano, ser policial no estado virou uma das profissões mais perigosas do planeta. Por trás desse número alarmante, estão famílias esfaceladas pela perda súbita e indignadas com tanto sangue derramado. Confira o relato de algumas delas no vídeo abaixo:
(Com Estadão Conteúdo)