Reconstrução do litoral vai priorizar construção de habitações populares
Em visita a São Sebastião, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, afirmou que serão destinados R$ 10,5 bilhões para ações voltadas à habitação em todo o país
O vice-presidente da República e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), visitou as áreas afetadas pelas chuvas no litoral norte de São Paulo neste sábado (25). Acompanhado da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, do ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, do prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, acompanhou os trabalhos de resgate das vítimas e falou sobre o processo de reconstrução da região.
Em coletiva de imprensa, disse que o processo de reconstrução vai priorizar programas habitacionais para tirar pessoas de áreas de risco. De acordo com o vice-presidente, o governo federal pode gastar até R$ 10,5 bilhões em ações voltadas à habitação em todo o país ao longo de 2023. O foco será em famílias com renda bruta de até R$ 2.640, que integram a chamada faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida. “São exatamente as famílias de menor renda as que acabam morando em locais distantes e menos seguros. Essa é a prioridade”, disse.
Alckmin também defendeu que parte dos desabrigados e desalojados da cidade sejam acomodados, de forma provisória, em parte das 1,5 mil unidades habitacionais que o governo de São Paulo e a Caixa Econômica Federal estão finalizando em Bertioga, cidade vizinha a São Sebastião. “Seria por emergência. Depois, é claro, vamos construir as unidades necessárias”, afirmou, na coletiva.
Neste sábado, o Governo do Estado de São Paulo publicou um decreto no Diário Oficial para desapropriar um terreno privado de 10 mil metros quadrados em Lindeiro, ao lado da região de Vila Sahy, uma das mais afetadas pela tragédia em São Sebastião.
Depois do encontro em São Sebastião, a ministra Anielle Franco vai visitar a comunidade quilombola de Caçandoca, em Ubatuba, uma das mais tradicionais da região, para escutar e entender os efeitos dos temporais. Segundo publicação do Ministério da Igualdade Racial, a pasta vai “monitorar e mitigar os danos a curto prazo e agir para combater o racismo nas suas mais diferentes formas”, incluindo o racismo ambiental, que faz com que as populações negras sejam as mais afetadas pelos temporais.
De acordo com o último boletim oficial, 57 pessoas morreram, 2.251 ficaram desalojadas e 1.815, desabrigadas. As buscas entraram no sétimo dia. Na manhã do sábado, o navio-patrulha Guajará saiu do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, levando 16 toneladas de doações às vítimas do temporal. É a segunda viagem que a embarcação faz à cidade de São Sebastião.