A ex-senadora Marina Silva criticou, em vídeo postado em suas redes sociais nesta sexta-feira, o decreto do presidente Michel Temer que extinguiu área de conservação na Amazônia. Marina chama as ações do governo de “negociatas” e afirma que o país está entregando terras da Amazônia para a grilagem.
Temer extinguiu na última quarta-feira uma área de reserva, na Amazônia, de 47 mil metros quadrados – tamanho equivalente ao do Espírito Santo -, na divisa entre Pará e Amapá, conhecida como Renca (Reserva Nacional de Cobre e seus Associados). A região possui reservas minerais de ouro, ferro e cobre.
“O presidente Temer, vergonhosamente, com uma canetada, extingue a Reserva Nacional do Cobre”, afirmou a candidata derrotada na eleição presidencial de 2014.
Marina considerou que o decreto é parte de negociações do governo com o Congresso em busca de apoio. Ela lembrou a votação na Câmara dos Deputados que barrou a denúncia por corrupção contra Temer. Para a ex-senadora, o governo se envolve em “negociatas” com a base no Congresso em troca de apoio.
“Antes, se fazia decreto para criar unidade de conservação, terra indígena, para proteger recursos naturais. Agora estão fazendo decreto para acabar com o que foi feito em governos anteriores”, afirmou.
Na defesa
O governo, por sua vez, tem tentado se defender das críticas sobre o tema. Na sexta-feira, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que há uma confusão no caso. “Os fatos estão sendo retratados de forma inverídica”, disse Padilha ao Broadcast Político.
Segundo ele, a medida assinada por Temer tem como objetivo regularizar uma situação que já acontecia na reserva. “Antes ela era destinada apenas à exploração de cobre, mas clandestinamente exploravam outros minerais, como ouro. A medida não abre nenhuma área de exploração nova, apenas regulamenta as que hoje já acontecem de forma clandestina”, explicou.
Na quinta-feira, após a modelo brasileira Gisele Bündchen criticar o decreto assinado por Temer por extinguir a Renca, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República emitiu uma nota para esclarecer o ato do presidente.
“Como explicita o nome, o que deixou de existir foi uma antiga reserva mineral – e não ambiental. Nenhuma reserva ambiental da Amazônia foi tocada pela medida. A extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) não afeta as Unidades de Conservação Federais existentes na área – todas de proteção integral, onde não é permitido a mineração”, alega o governo.
(Com Estadão Conteúdo)