O PSOL marcou para esta quinta-feira (15) atos em várias capitais do país para cobrar respostas imediatas das autoridades do Rio de Janeiro sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, morta a tiros na noite de quarta (14) no centro da cidade, quando voltava de um evento com mulheres do movimento negro.
O partido também vai protestar contra o “feminicídio e o genocídio da população negra”. Os atos ocorrerão em São Paulo, Salvador, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Curitiba e Natal.
No dia 28 de fevereiro, Marielle se tornou relatora da Comissão responsável por acompanhar a Intervenção Federal que ocorre no estado. Quatro dias antes de ser assassinada, ela protestou em sua página no Facebook contra uma operação da Polícia Militar.
“O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, escreveu na postagem.
Em nota, o PSOL afirmou que “não medirá esforços para honrar as batalhas que a companheira travou em vida” e manifestou solidariedade às famílias de Marielle e do motorista Anderson Pedro Gomes, que dirigia o carro quando foram atingidos pelos criminosos que fugiram sem levar nada. “A todas as mulheres guerreiras que sonham e hoje estão inconsoláveis: transformemos nossa dor e indignação em luta!”, finaliza o texto.
Trajetória
Negra, mãe, nascida e criada na favela da Maré, na Zona Norte do Rio, Marielle era formada em sociologia pela PUC-Rio e tinha mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Coordenou a Comissão dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), com o deputado estadual Marcelo Freixo, do PSOL.
Com bandeiras ligadas às minorias e aos direitos humanos, Marielle foi a quinta vereadora mais votada nas últimas eleições para a Câmara Municipal, com 46.502 votos.