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Protestos marcam primeiro julgamento da chacina de Osasco

Familiares das vítimas pedem a condenação dos envolvidos, enquanto parentes dos policiais contestam o processo

Por Da Redação
Atualizado em 18 set 2017, 15h51 - Publicado em 18 set 2017, 15h33
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  • “Justiça” é a palavra mais ouvida do lado de fora do Fórum Criminal de Osasco, na Grande São Paulo, onde dois policiais militares e um guarda-civil de Barueri são julgados a partir desta segunda-feira, 18, acusados de cometer a maior chacina da história de São Paulo, que terminou com dezessete mortos em agosto de 2015. Para familiares das vítimas, “justiça” é a condenação. Já os parentes dos réus pedem absolvição.

    “Espero que hoje se faça justiça, mas sei que isso pode não ocorrer porque aqui é o Brasil, e Brasil é impunidade”, diz Rosa Correa, mãe de Wilker Osório, morto com quarenta tiros – a maior quantidade de disparos da série de ataques.

    Na denúncia do Ministério Público, a acusação mostra que um dos réus já teria prendido Wilker por tráfico. Estampados em uma faixa, familiares trouxeram retratos das vítimas.

    Já familiares do guarda-civil municipal (GCM) Sérgio Manhanhã, acusado de participar de onze dos assassinatos, trouxeram faixas e plaquinhas de apoio. O principal indício contra o guarda é a troca de uma mensagem com outro acusado na hora da chacina.

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    “A gente pede por justiça: ele não teve nem tempo de se defender”, afirma Eliete Manhanhã, de 43 anos, casada com o GCM há 25, que diz que o réu estava dentro do batalhão no momento da chacina. “A investigação foi manipulada. Eles tinham que prender um GCM.”

    Segundo a acusação, a morte de um guarda civil e de um PM foi o motivo da chacina. “Viemos porque estamos juntos nessa luta”, diz Roberto Alves, tio do PM Victor Cristilder, que teve o processo desmembrado e só vai ser julgado depois.

    São réus, ainda, os PMs Fabrício Eleutério e Thiago Henklain. Todos alegam inocência. Para o julgamento, foram arroladas 43 testemunhas, mas algumas devem ser dispensadas ao longo do julgamento.

    Antes do júri, o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira, responsável pela acusação, fez um pedido: “Provas que não foram produzidas por medo sejam consideradas”. Segundo o promotor, relatos de testemunhas coletados na investigação não foram reafirmados nas fase seguintes do processo. “As testemunhas tinham medo de andar na calçada e serem mortas.”

    (Com Estadão Conteúdo)

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