As tempestades recentes no estado de Minas Gerais já afetam 32.261 pessoas, incluindo 50 mortos. No ano passado, a prefeitura pediu cerca de R$ 1 bilhão para investimentos em projetos de infraestrutura, considerando diversas áreas. Esse dinheiro ficou represado – segundo a prefeitura, por conta da “burocracia estatal”.
Desse total, R$ 200 milhões são considerados estratégicos; estão previstos para ser aplicados na contenção de água na região do Vilarinho, que concentra inundações. A elaboração do projeto, segundo a prefeitura, levou oito meses para ser concluída, e a assinatura para a contratação do dinheiro deve ocorrer nas próximas semanas. “Buscar dinheiro com aval do governo federal demora ao menos um ano. Usaremos o período de chuvas para terminar de estruturar a parte legal, que inclui a licitação”, justifica o secretário Fuad Jorge Noman Filho, da Fazenda.
Noman Filho é um dos secretários do prefeito Alexandre Kalil (PSD), apto à reeleição. “Não tem nenhum tostão parado na prefeitura. Não existe guardar dinheiro para fazer campanha. Isso é inadmissível para todos”, afirmou.
O montante será usado, segundo o secretário, para a primeira fase do projeto, de um total de três, com o custo total estimado R$ 520 milhões. Os outros R$ 320 milhões viriam de outros investidores. A expectativa é de que a primeira fase seja concluída somente neste ano, e as próximas duas dependerão de três fatores: da velocidade de contratação do dinheiro que resta, do andamento das obras (que inclui a construção de “buracos” para que a água seja desviada), e de quem será o próximo prefeito.
Dentro do montante de R$ 1 bilhão, anunciado pela primeira vez no ano passado, também estão incluídos R$ 180 milhões do Banco do Brasil para um programa de recapeamentos de vias. O empréstimo, contratado no ano passado, ocorrerá em três parcelas de R$ 60 milhões. A primeira já foi usada pela prefeitura. Para ajudar na reparação de vias prejudicadas pelas chuvas recentes, será usada parte das outras duas parcelas. A estimativa é de que até R$ 20 milhões sejam gastos para a recuperação de vias prejudicadas pelos temporais. Incluindo outros gastos, as chuvas devem provocar um prejuízo total de até R$ 60 milhões, estima Noman Filho.