Passado mais de um ano desde o início da pandemia e contabilizando quase 435 000 óbitos por Covid-19, o Brasil ainda enfrenta um grande problema: as festas clandestinas e que promovem aglomeração. Em meio ao recrudescimento do número de casos confirmados, a gandaia acontece em todas as regiões de país e recebem pessoas de todas as classes sociais. Símbolo de luxo e sofisticação carioca, o Copacabana Palace promoveu uma farra para 500 pessoas na noite de sexta, 14, com shows de Gusttavo Lima e Ludmilla. Neste sábado, 15, a prefeitura do Rio anunciou que vai multar o hotel em mais de 15.466,81 e determinou a interdição para realização de festas pelo período de 10 dias.
Segundo a secretaria de Ordem Pública, uma equipe esteve na festa às 22h e não constatou quaisquer irregularidades. Após a saída dos agentes, no entanto, a pista de dança foi aberta ao público, que dispensou o uso de máscaras de proteção, e desrespeito à normal de distanciamento social. “Nas referidas imagens foi constatada aglomeração generalizada em frente a apresentação musical caracterizando pista de dança, os convidados não usavam máscara facial e não respeitavam o distanciamento mínimo de 1,5m entre os participantes. Na entrada do estabelecimento, as imagens também evidenciaram aglomeração em fila de espera e acesso desordenado ao local. A infração, determinada pela Vigilância Sanitária, foi avaliada como gravíssima”, disse em nota.
Apontada como organizadora do evento, que teria sido feito em comemoração ao aniversário de um bicheiro, a promoter Carol Sampaio afirmou nas redes sociais ter sido contratada apenas para cuidar do cerimonial, e não da lista de convidados. A carioca alegou ainda que, como a lotação máxima do espaço é de quase 2 000 pessoas e o número de convidados era menor que 500, a regra de 40% do total da capacidade estava sendo respeitada. Vídeos que circulam na internet, no entanto, mostram um grande grupo aglomerado em frente ao palco montado para a realização das apresentações musicais.
Em nota, a assessoria do cantor Gusttavo Lima, uma das atrações da noite, afirmou: “Ele foi contratado como artista, como os demais. Fizeram o show dentro das normas de segurança do Rio de Janeiro. Todos os protocolos foram seguidos, inclusive, testes foram realizados em todos os presentes no local. Os 500 convidados eram 40 % da capacidade do local. Estava dentro das normas”.
As regras às quais a nota se refere, entretanto, vetam pista de dança e aglomeração. No Twitter, os seguidores da cantora Ludmilla, que também se apresentou na ocasião, a questionaram no post em que ela lamentava a morte das vítimas do coronavírus no último dia 13 de maio. “A morte de milhares de brasileiros pela COVID-19 tem culpados e todos estão sentados em suas cadeiras no Palácio do Planalto. Inadmissível o governo recusar milhões de doses da vacina da Pfizer, vacinas essas que salvariam milhares de vidas. O que mais falta, Brasil?”, tuitou.