No fim da noite da última segunda-feira, 16, Elizângela Cunha Pimentel Braga se entregou na Delegacia da Polícia Federal em Campos dos Goytacazes, norte fluminense. Segundo as investigações da PF, ela é acusada de arrecadar quantias em dinheiro e repassá-las via Pix aos golpistas em Brasília para compra de mantimentos, pagamento de hospedagens e aluguel de transportes. Nas redes sociais, a mulher pedia doações para financiar a ida de manifestantes à sede dos três poderes. Elizângela, que é dona de uma loja de doces em Itaperuna, recebeu parcelas do Auxílio Emergencial entre junho de 2020 e outubro de 2021, como consta no Portal da Transparência.
A Operação Ulysses, deflagrada na segunda-feira, cumpriu três mandados de prisão e havia prendido, até a manhã de ontem, o subtenente do Corpo de Bombeiros Roberto Henrique de Souza Junior, que já foi afastado da corporação. Ele se candidatou a deputado federal pelo Patriota, em 2018, e foi condenado pela Justiça Eleitoral a devolver parte do valor de campanha por não ter declarado os gastos corretamente.
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A polícia busca outro alvo de mandado de prisão. Foram apreendidos celulares, computadores e documentos em decorrência dos cinco mandados de busca e apreensão. Os crimes investigados são associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais.
“A investigação tem o objetivo de identificar lideranças locais que bloquearam as rodovias que transpassam o município de Campos dos Goytacazes, no Rio, a organização das manifestações vistas em frente aos quartéis do Exército nesta cidade e, por último, a participação dos investigados e de outras lideranças na organização e financiamento dos atos que desencadearam a depredação dos prédios públicos e dos atentados contra as instituições democráticas ocorridas em 08/01/2023”, diz a PF.