Fiscais da Polícia Federal e da Receita Federal que trabalham no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, fizeram uma das maiores apreensões da história recente das duas corporações nesta sexta-feira, em uma fiscalização de rotina de um voo oriundo de Guiné Equatorial. A bordo estava o vice-presidente do país africano, Teodoro Nguema Obiang Mangue, acompanhado de uma comitiva com outras dez pessoas. Eles carregavam malas contendo 1,4 milhão de dólares em dinheiro vivo e duas dezenas de relógios, avaliados em 15 milhões de dólares. Tanto as notas como os relógios não haviam sido declarados na entrada da comitiva, que não está em missão diplomática.
O vice-presidente do país e as demais pessoas foram liberados e estão hospedados em Campinas.
O caso está sendo tratado com sigilo pelas autoridades e foi revelado pelo Jornal Nacional, da Rede Globo. Segundo o telejornal, o político africano teria explicado que veio ao Brasil para fazer um tratamento médico e que, em seguida, vai para uma missão diplomática em Singapura. Lá o dinheiro seria utilizado pela comitiva. Já os relógios de luxo apreendidos fariam parte da coleção particular de Obiang Mangue.
Obiang Mangue é filho do presidente e ditador de Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que é o político há mais tempo no poder em toda a África – ele comanda o país desde 1979. O país da costa oeste da África possui uma das maiores reservas de petróleo do continente, mas, ao mesmo, é uma das economias mais pobres do mundo. Os indicadores sociais estão igualmente entre os de pior qualidade no planeta.
A família do ditador, por sua vez, é conhecida pela ostentação material, com dezenas de carros de luxo e mansões adquiridas em países ricos. A sua fortuna já foi estimada em centenas de milhões de dólares.