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Pedidos ao Papai Noel têm de tablet para bebê a roupa para irmãos

Correios prorrogaram até o dia 20 de dezembro campanha para atender desejos de crianças de até 10 anos; número de cartas adotadas está em queda

Por Bianca Lemos
Atualizado em 15 dez 2017, 20h07 - Publicado em 15 dez 2017, 19h21
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  • Os Correios prorrogaram até o dia 20 de dezembro sua campanha de apadrinhamento de cartas ao Papai Noel, com os desejos de Natal de crianças de até 10 anos. Só neste ano, foram pelo menos 86 mil cartas selecionadas no Estado de São Paulo e metade ainda aguarda alguém disposto a realizar o pedido — veja as agências participantes.

    A empresa faz uma triagem para evitar abusos, como pedidos de adolescentes, ou desejos improváveis, como o de uma criança de seis anos que queria ganhar um tênis tamanho 41. VEJA percorreu três agências participantes e verificou que vale tudo quando se trata de pedidos ao “bom velhinho”.

    Apesar dos esforços da empresa em barrar os pedidos “suspeitos”, a reportagem localizou a carta de um bebê de 7 meses que pediu um tablet para assistir a desenhos. Outra criança, de 1 ano e meio, pedia um notebook — e, se coubesse, um kit de maquiagem para a mãe.

    Na maioria dos casos, as cartas repetem os desejos clássicos das crianças: bonecas, bicicletas, carrinhos de brinquedo, videogames e eletrônicos. Há ainda os pedidos por roupas, calçados ou material escolar.

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    Na contramão dos pedidos mais caros, há aqueles que tocam pela simplicidade. É o caso da carta de uma criança que pede ajuda para a família, que perdeu a casa e os pertences em uma explosão de um botijão de gás. Hellen conta que “não sobrou nada em casa” e por isso recorreu à campanha. Em vez de brinquedos ou eletrônicos, pede roupas e sapatos para ela e os irmãos.

    Já Wyvison, estudante da 3ª série do Ensino Fundamental, pede um notebook “porque vai precisar” no ano que vem. Ele explica que sua mãe é empregada doméstica e recebe um salário de 900 reais. Seu pai infartou no ano passado e desde então não tem trabalho fixo.

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    Para aumentar as chances, há quem prefere ser sincero. Aluno da rede municipal de São Paulo, Daniel, de oito anos, reconhece que não tirou boas notas em Português, mas que está se esforçando. “Este ano eu gostaria de pedir um tênis de rodinha de presente. Meu número de calçado é 32”, escreve.

    As estatísticas dos Correios também servem como uma espécie de termômetro da economia do país. Este ano, com a campanha prorrogada, 43 mil cartas foram adotadas em São Paulo — número abaixo das 50 mil que encontram destino no ano passado.

    Quando se leva em conta todas as agências participantes, o número de pedidos atendidos caiu de 535 mil em 2014 para 421 mil no ano passado — as estatísticas nacionais não estão concluídas. Os Correios promovem o apadrinhamento das cartas de Natal há 28 anos.

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