A Polícia Civil prendeu 149 pessoas — entre elas sete menores de idade — da maior milícia do Rio de Janeiro em operação realizada neste sábado. Outras quatro pessoas morreram em confronto com policiais.
O grupo, conhecido como Liga da Justiça, é considerado o maior e mais perigoso em ação no estado. Além de cometer assassinatos e cobrar taxas ilegais de segurança a moradores, os milicianos possuem acordos com traficantes para a venda de drogas e para o roubo de cargas nos territórios sob seu controle.
Os policiais fizeram as prisões em um sítio, onde o grupo participava de uma festa na madrugada deste sábado. A Liga da Justiça, que tem como base Campo Grande, expandia suas atividades para municípios como Itaguaí e Seropédica e para cidades da Costa Verde do estado do Rio de Janeiro.
Cerca de 40 policiais civis participaram da ação e foram recebidos a tiros por seguranças de Wellington da Silva Braga, o Ecko, apontado como chefe da milícia, que estava no local, mas conseguiu fugir.
Os presos responderão por crimes como organização criminosa, formação de quadrilha, receptação de veículos e porte ilegal de armas de fogo. Os detidos foram transportados em ônibus para a Cidade da Polícia, de onde devem ser encaminhados para o Complexo Penitenciário de Bangu. Há policiais militares entre os presos — o número exato de agentes de segurança pública entre os participantes ainda não foi divulgado.
Como resultado da operação, a Polícia Civil prevê que a incidência de letalidade violenta na Baixada Fluminense e zona oeste seja reduzida, já que as prisões foram consideradas “um forte baque” na quadrilha.
O delegado assistente da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Fábio Salvadoreti, afirmou que a milícia atuava de “forma sanguinária”, executando pessoas com as quais seus membros tinham desavenças e extorquindo dinheiro de moradores e comerciantes. “Se a pessoa resolve não pagar a taxa que eles acreditam que lhes é devida, eles exterminam”.
O secretário estadual de Segurança Pública, general Richard Nunes, elogiou a ação dos policiais civis e informou que outras ações estão planejadas em curtíssimo prazo.”Essa foi uma semana muito exitosa para a segurança pública do nosso estado, a intervenção federal começa a apresentar resultados positivos”, disse Nunes.
O chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, destacou que nenhum policial foi ferido na operação. “Não vamos diminuir nossa força. Vamos atuar incessantemente contra a milícia”, disse Barbosa.