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Odebrecht pagou US$ 200 milhões a 145 pessoas pela América Latina

As informações foram reveladas pelo jornal espanhol El País; segundo as investigações, a empreiteira praticou subornos milionários

Por EFE Atualizado em 4 jun 2024, 19h54 - Publicado em 9 nov 2017, 10h31
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  • A Odebrecht pagou 200 milhões de dólares em comissões ilegais a políticos, funcionários, empresários e supostos testas-de-ferro de oito países da América Latina através do grupo bancário Banca Privada d’Andorra (BPA), segundo relatórios confidenciais da polícia deste principado.

    A informação, revelada nesta quinta-feira (9) pelo jornal espanhol El País, afirma que os investigadores do caso, sob as ordens da juíza Canòlic Mingorance, chegaram a esta quantia após examinar as contas de 145 clientes. O governo de Andorra interviu em março de 2015 na BPA e, no ano passado, este pequeno país, situado nos Pireneus, fronteiriço com Espanha e França, renunciou ao sigilo bancário.

    O jornal teve acesso à documentação confidencial que políticos, altos cargos de governos, funcionários, advogados e testas-de-ferro do Brasil, Equador, Peru, Panamá, Chile, Uruguai, Colômbia e Argentina apresentaram à BPA para abrir suas contas secretas.

    Segundo as informações destas fontes, a Odebrecht transferiu a estes depósitos subornos milionários que mascarou como serviços que nunca prestou. O escândalo da Odebrecht revelou subornos em 12 países da América Latina e da África, incluindo o Brasil, no valor de  788 milhões de dólares, segundo documentos divulgados em dezembro do ano passado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

    Segundo o El País, a BPA de Andorra e o Meinl Bank de Antígua e Barbuda foram os principais bancos utilizados pela construtora brasileira para pagar os subornos a personagens-chave na adjudicação de obras públicas.

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    As investigações policiais e judiciais revelaram que a Odebrecht utilizou as sociedades “offshore” (paraísos fiscais), Aeon Group e Klienfeld Services Limited para pagar os subornos a políticos e funcionários. Além disso, segundo a investigação do jornal espanhol, gerentes da BPA constituíram sociedades no Panamá para ocultar os titulares reais das contas bancárias.

    Através do levantamento, foram descobertas transferências a parentes e pessoas próximas a líderes latino-americanos, como os pais do ex-ministro panamenho Demetrio Papadimitriu (cerca de 10 milhões de dólares) ou o ex-vice-presidente da empresa estatal Petróleos do Peru, Miguel Atala Herrera, durante a presidência de Alan García (8,5 milhões de dólares).

    Também cita como subornado ao ex-ministro colombiano Gabriel García Morales (6,5 milhões de dólares), e ao ex-ministro de Eletricidade do Equador, Alecksey Mosquera. A conexão da BPA com a Odebrecht passa, segundo El País, pelo antigo responsável do banco andorrano no Uruguai, Andrés Norberto Sanguinetti Barros, conhecido como Betingo.

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