O 2° Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, divulgado pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego, aponta que as mulheres ganham, em média, 20,7% menos que os homens nas empresas brasileiras com 100 ou mais funcionários. A diferença salarial aumentou 1,4% em relação ao primeiro relatório, publicado em março, influenciada pelo crescimento do número de postos de trabalho ocupados por homens (369.050) em comparação aos ocupados por mulheres (316.751) em 2023.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diees), as mulheres são chefes de família em 50,8% dos lares brasileiros. Mesmo assim, elas continuam continuam recebendo menos – pelo mesmo trabalho – que os homens em mais de 50 mil empresas no país. “As mulheres não são apêndice, as mulheres não estão nos cantos e não são as pessoas do mimimi. As mulheres, hoje, são as trabalhadoras, são as que sustentam e as que pensam”, disse Cida Gonçalves, ministra das Mulheres.
O relatório também aponta que a diferença salarial é mais acentuada para mulheres negras, que ganham metade do salário dos homens não negros. Além disso, as mulheres ocupam menos cargos de direção e gerência, recebendo 27% menos que os homens nesses postos. Em cargos de nível superior, a diferença salarial chega a 31,2%.
Outros dados revelam que, em 31% das empresas analisadas, a diferença salarial entre homens e mulheres é de até 5%. Menos da metade das empresas têm políticas de contratação ou promoção para mulheres negras ou indígenas, e 0,2% dos estabelecimentos não possuem mulheres empregadas formalmente.
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