Após a cassação da ex-deputada federal Flordelis dos Santos Souza (PSD-RJ), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu a prisão preventiva da política nesta sexta-feira, 13. Ela e outras 10 pessoas foram denunciadas pelo assassinato do seu então marido, Anderson do Carmo de Souza, na garagem da casa em que viviam em Niterói, na região metropolitana da capital. Concluídas em agosto de 2020, as investigações chegaram a pedir o encarceramento da então congressista, mas a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, indeferiu a solicitação devido à imunidade da parlamentar. A situação dela, no entanto, mudou com o afastamento do cargo – e a subsequente perda da prerrogativa.
De acordo com o pedido do MP, “a situação jurídica da ré deve ser revista, para sanar a desproporcionalidade que havia entre as medidas cautelares impostas e os fatos imputados e as condutas que a ré praticou para interferir na instrução e se furtar no momento da aplicação da lei penal”.
O pedido de prisão informa que Flordelis “orientou os demais corréus para que o celular da vítima fosse localizado e suas mensagens comprometedoras fossem apagadas, bem como que fossem queimadas as roupas com possíveis vestígios forenses”. Ainda de acordo com o MP do Rio, a ex-deputada “também providenciou treinamento a réus e testemunhas que foram intimadas para prestarem depoimento em sede policial, solicitando que testemunhas mentissem à polícia e alterassem versões já fornecidas, assim como, por repetidas vezes, descumpriu a medida cautelar de monitoramento eletrônico”.
Flordelis foi denunciada por arquitetar o homicídio de Anderson, executado pelo seu filho biológico Flávio dos Santos Rodrigues. A primeira versão da família foi de que eles haviam sido vítimas de um latrocínio, o que foi desmentido no decorrer das investigações. Outros cinco dos 55 filhos da ex-deputada estão presos pelo crime, além de outras cinco pessoas próximas ao numeroso círculo familiar. A motivação do assassinato, segundo autoridades, foi porque Anderson controlava as finanças familiares e administrava os conflitos de maneira rígida.