Motoristas de ônibus da cidade de São Paulo protestam, nesta quinta-feira, 5, contra a redução da frota e reivindicando o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) pelas empresas. A manifestação causou o fechamento de 17 terminais do município e um grupo está concentrado em frente à sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá.
A São Paulo Transporte (SPTrans), órgão ligado à gestão municipal, informou que a mobilização prejudica a operação nos terminais Água Espraiada, A.E. Carvalho, Bandeira, Campo Limpo, Capelinha, Jardim Ângela, Lapa, Mercado, Parque D. Pedro II, Princesa Isabel, Pinheiros, Sacomã, São Miguel, Santo Amaro, Sapopemba, Varginha e Vila Carrão.
“A determinação é de que pare 100% dos terminais. Já estamos com 17 terminais parados em todas as regiões da cidades e são 22 ao todo. Já tem mais de 60 dias que enviamos a pauta com nossas reivindicações e não teve manifestação do poder público. Somos contra a redução de 1.500 veículos da frota, que vai deixar 8 mil pais de família desempregados, e a demissão dos cobradores”, diz Valmir Santana da Paz, conhecido como Sorriso, presidente interino do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de São Paulo.
Em seu site, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas) afirma que mais de 6 mil trabalhadores foram favoráveis às manifestações. Eles alegam que “os empresários do segmento resistem pagar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mesmo após assinarem o acordo coletivo”.
“Não permitiremos que isso ocorra. Nesta quinta-feira, seremos um exército de guerreiros lutando pelo pagamento da PLR, contra a redução da frota de ônibus e pela garantia dos postos de trabalho”, afirma Sorriso. Ainda nesta quinta-feira, o Sindmotoristas realizará uma assembleia, a partir das 16h, para deliberar sobre uma eventual paralisação da categoria na sexta 6.
A manifestação também afetou o trânsito na cidade de São Paulo. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), havia 47 quilômetros de congestionamento na capital por volta das 15 horas. A região oeste de São Paulo é a mais afetada, com 22 quilômetros de filas.
Há duas semanas, o Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a decisão que considerou ilegal o prazo de vinte anos para os contratos da Prefeitura com empresas de ônibus na cidade. A decisão havia sido tomada em maio pelos desembargadores e foi confirmada no dia 21 de agosto, quando os embargos de declaração foram rejeitados. A Prefeitura recorre da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas o entendimento poderá inviabilizar a concretização da licitação do setor, que teria de ser refeita.
(Com Estadão Conteúdo)