Uma indígena Yanomami que teve sua imagem divulgada em grave estado de desnutrição não resistiu e morreu, informou neste domingo, 22, a Urihi Associação Yanomami em nota. A entidade pediu que a foto não fosse mais compartilhada, em respeito a questões culturais. O governo federal decretou estado de emergência na terra indígena localizada no estado de Roraima.
“Na cultura Yanomami, após o falecimento, não pronunciamos o nome da pessoa, queimamos todos os seus pertences, e não permitimos que fotografias permaneçam sendo divulgadas. Estamos vivenciando uma crise humanitária, e sabemos que o governo se mobilizou buscando ações que ofereçam todo o suporte que a população necessita neste momento. É um momento triste, mas continuamos com toda força para que o povo Yanomami tenha sua dignidade de volta”, informou a Urihi Associação Yanomami.
Os Yanomami vivem uma crise sanitária que já resultou na morte de 570 crianças por desnutrição e causas evitáveis nos últimos anos. Técnicos do Ministério da Saúde estão na região desde a última segunda-feira, 16, e resgataram ao menos oito crianças da etnia em estado grave.
No sábado, 21, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a capital de Roraima, Boa Vista, onde está concentrada parte dos trabalhos de atendimento. O Ministério da Saúde abriu inscrições para que profissionais de saúde que queiram trabalhar voluntariamente no território.
Neste domingo, o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, quebraram o silêncio sobre o caso e negaram as acusações de negligência ao povo indígena.