O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse neste domingo, 19, que o governo federal está trabalhando junto com a Justiça do Mato Grosso do Sul para impedir a entrada de criminosos que fugiram de uma penitenciária em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, cidade que faz fronteira com Ponta Porã (MS). Segundo Moro, o país mantém diálogo com o Paraguai para conseguir recapturar os detentos.
Neste domingo, cerca de 75 detentos fugiram de um presídio paraguaio. Em uma ala destinada a presos da facção criminosa brasileira, Primeiro Comando da Capital (PCC), a polícia paraguaia encontrou um túnel que teria sido usado para a fuga, porém o governo local investiga a possibilidade que agentes penitenciários tenham deixado os presos saírem pela porta da frente. De acordo com a ministra da Justiça do país, Cecília Perez, o PCC teria pagado 80 mil dólares pelo plano de fuga dos criminosos. “Se voltarem ao Brasil, ganham passagem só de ida para presídio federal”, afirmou Moro sobre os fugitivos. O ministro, entretanto, não mencionou que os fugitivos sejam membros do PCC.
De acordo com o site paraguaio, ABC Color, entre os fugitivos está Osvaldo Pagliato, que é considerado o chefe da facção e que, em julho do ano passado, liderou um motim que resultou no assassinato de dez detentos. Na lista dos 75 que escaparam da prisão, creditada ao Ministério da Justiça, 40 são brasileiros. A facção brasileira tem forte atuação no Paraguai, devido a tráfico de drogas.
O governo paraguaio apura como os detentos conseguiram fugir da cadeia nesta madrugada e já tem em mãos imagens do circuito interno da prisão. Após a fuga, foi encontrado um túnel que liga um dos pavilhões à área externa da penitenciária. Há, no entanto, a possibilidade de que os detentos tenham escapado pela porta da frente com a cumplicidade de funcionários da penitenciária. Diretores e agentes penitenciários responsáveis pelo presídio foram demitidos. “Pela quantidade de areia, é impossível que esse trabalho de semanas não tenha sido advertido por essas pessoas [os agentes]. Se eles estão envolvidos, é claro que não podemos esperar que eles contem o que está acontecendo”, disse a ministra da Justiça em entrevista coletiva.