O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, atacou possíveis postulantes de outros partidos ao cargo durante um almoço com empresários na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no centro da capital fluminense, na tarde desta quinta-feira e derrapou ao falar sobre a ex-senadora Marina Silva (Rede): disse que não a via com energia para a disputa e que, além disso, “o momento é muito de testosterona”, em referência ao hormônio encontrado em quantidade muito maior nos homens do que nas mulheres.
“Não a vejo com apetite de ser candidata, ou então é uma tática nova que eu nunca vi na minha vida pública, que é o negócio de jogar parado, de não dar opinião. Não vejo ela com a energia e o momento é muito de testosterona. Eu não elogio isso, é algo do Brasil. É um momento muito agressivo, e ela tem uma psicologia muito avessa a isso”, afirmou o ex-governador do Ceará.
Ele também dirigiu sua artilharia aos tucanos Geraldo Alckmin, João Doria e Aécio Neves – este último foi chamado de “cadáver político” que o PSDB insiste em não tirá-lo do comando do partido. “Aécio é um cadáver político, e o que se faz com um cadáver é sepultar. E aí não sei por que não se sepulta. O cara está lá dando as cartas. A onda de revolta pede que ele saia da presidência do PSDB [da qual Aécio está licenciado]. Ele não vai sair. Então não resolve”, disse.
Ciro acrescentou que o PSDB “vai fazer uma campanha situacionista”, “segurando a alça de um caixão de um governo que tem 3% de aprovação, ou vai deixar para a véspera da eleição para sair e ficar com o justo estigma de oportunista”. “Para não parar de fazer besteira, o Doria contesta o Alckmin, que o inventou. Qualquer político sabe que o Alckmin aumentava as remotas e decrescentes chances do PSDB. Portanto, o PSDB vai se decidir por ele e aí não se resolve o problema. Deixa o Doria desgastando o Alckmin”, disse.
Apesar das críticas ao tucanato, Gomes afirmou que “quer representar um certo pedaço do PSDB, que ajudou a fundar”. “Fui o primeiro e único governador eleito pelo PSDB nas eleições de 1990 e rompi por causa da fraude do real, porque não queria ser confundido com aquilo”, afirmou.
Ciro disse ainda que Jair Bolsonaro, neste momento, “representa uma coisa muito respeitável que é a repulsa do povo brasileiro à prática média da política”. Destacou, porém, que “o voto não é catártico”. “Essas bofetadas que o Supremo dá, que o Congresso dá, todo dia o Bolsonaro vira uma coisa catártica de protesto. Mas o voto não é catártico. O voto é afirmativo”, afirmou, concluindo que “na hora que o PSDB de organizar, eles vão começar a se canibalizar. O PSDB subindo, e o Bolsonaro subindo. E eu vou passando”.