O ministro da Defesa, general de Exército Joaquim Silva e Luna, defendeu a continuidade da intervenção no Rio, num momento em que o projeto tem sofrido críticas por não ter reduzido índices de violência. Em uma feira de equipamentos de segurança, na Zona Portuária do Rio, no início da tarde desta quarta-feira, o ministro disse que a redução dos índices será uma “consequência” do projeto. O decreto presidencial de intervenção tem validade até o dia 31 de dezembro.
Durante o evento, manifestantes chegaram a fazer um protesto, na entrada da feira, contra a morte de Marcos Vinícius da Silva, de 14 anos, baleado a caminho da escola, no complexo de favelas da Maré, durante uma operação policial. O grupo desenhou mãos de tinta vermelha no chão e escreveu “Estado do RJ”. No local, também estava presente o secretário de Segurança do Rio, Richard Nunes, que não falou com a imprensa.
O ministro da Defesa disse que “em vez de ficar fazendo medidas midiáticas e pirotécnicas”, a intervenção pretende deixar uma polícia “estruturada, motivada e em condições de prestar serviços” e entregar resultados. “A redução dos índices de criminalidade será consequência dessa intervenção”, afirmou. “É preciso que se entregue o planejamento que está sendo feito a um ponto de não retorno. A partir daquele ponto, ele tem que prosseguir”, disse.
Segundo dados divulgados em maio pelo serviço Fogo Cruzado, a intervenção federal na segurança do Rio não reduziu o número de tiroteios/disparos de armas de fogo na região metropolitana do Rio. De acordo com os números, houve 2.309 tiroteios ou disparos de arma de fogo na região metropolitana nos três meses após a intervenção. No mesmo período do ano passado, haviam sido 1.239 notificações. Houve, portanto, um aumento de 86% nos registros de tiroteios/disparos.