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Ministro admite responsabilidade do governo federal em incêndio no museu

Rossieli Soares citou a demora na concretização do empréstimo solicitado ao BNDES como um dos motivos da falta de reforma do patrimônio

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 3 set 2018, 18h04 - Publicado em 3 set 2018, 15h58
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  • O ministro da Educação, Rossieli Soares, admitiu que o governo tem responsabilidade sobre o incêndio de grandes proporções que atingiu o Museu Nacional, no Rio. “A responsabilidade existe, é histórica e entendemos que agora é o momento da reconstrução, com todo mundo”, disse. Questionado se seria correto atribuir parte da responsabilidade às gestões anteriores, ele emendou: “A responsabilidade é do governo federal, é da universidade federal, mas não é exclusiva de agora.”

    O ministro argumentou que o empréstimo liberado pelo BNDES para a reforma do prédio, de 200 anos, era requisitado havia anos e somente há poucos meses foi concretizado. “A reforma era necessária desde a época em que se tinha mais recursos, mas ela não foi feita. Avançamos com o empréstimo. Temos de olhar para frente.”

    Rossieli Soares garantiu que a reconstrução do prédio será uma das prioridades do governo, mas disse não haver ainda estimativa de qual valor que será necessário. “A obra é complexa, não é de execução rápida. Não se pode fazer de qualquer jeito. Fala-se em 100 milhões de reais, mas não temos informações técnicas. É fundamental que a gente recupere o máximo possível, aquilo que for possível. A perda é para o Brasil. É insubstituível.”

    Orçamento

    O ministro disse que o MEC iniciou na manhã de hoje negociações com o relator setorial do Orçamento, Luciano Ducci (PSB-PR), para providenciar recursos necessários à reconstrução do Museu Nacional. “Vamos apoiar a universidade na recuperação do museu”, afirmou Rossieli Soares. Ele, no entanto, disse não ser possível agora falar em números, mas já sinalizou com a esperança de contar com “parceiros para ajudar nesse momento”. Rossieli argumentou ser necessária a realização de um projeto executivo, que deverá definir o que precisa ser feito e, então, quanto será necessário.

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    As investigações sobre as causas do incêndio ficarão sob responsabilidade da Polícia Federal (PF). Equipes já foram enviadas para o local. A perícia, no entanto, ainda dá os primeiros passos. De acordo com Rossieli, os trabalhos de investigação somente serão feitos de forma plena depois que o Corpo de Bombeiros liberar o local. Neste momento, disse o ministro, a previsão é de que o trabalho de investigação seja realizado apenas pela PF, mas não está descartada a colaboração de policiais do Rio. “Se a Polícia Federal necessitar de suporte, ela vai requisitar.”

    Risco de desabamento

    A Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil do município do Rio de Janeiro informou, nesta segunda-feira, 3, que mantém interditado o prédio do Museu Nacional.

    Técnicos do órgão fizeram nova vistoria no local e verificaram que existe grande risco de desabamento. Podem desmoronar trechos remanescentes de laje, parte do telhado e paredes divisórias. Na área externa, não há risco iminente, mas há problemas pontuais, como possível queda de revestimento, adornos e estátuas, o que provocou isolamento das fachadas.

    A Defesa Civil mantém, desde a noite de domingo, uma base avançada na Quinta da Boa Vista. Cinco técnicos participaram, ao longo da noite e madrugada, das ações de combate ao fogo e rescaldo junto ao Corpo de Bombeiros e demais órgãos.

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