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Marina Silva pede para população do Amazonas não atear fogo nas terras

Cortina de fumaça provocada pelos focos de incêndios permanece na capital Manaus pelo 3º dia seguido. Estado terá reforço de mais cem brigadistas

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 out 2023, 15h41 - Publicado em 13 out 2023, 14h23
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  • A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece em 20 microgramas por metro cúbico o limite máximo de poluição no ar. Pelo terceiro dia consecutivo, Manaus atingiu 235 microgramas por metro cúbico, devido à forte cortina de fumaça que tomou conta da cidade nos últimos três dias. O estado apocalíptico se deve aos focos de incêndios na Amazônia, a maior parte deles (73%) em terras desmatadas. Apesar das péssimas condições do ar da capital, ao redor dela não estão concentrados os incêndios mais graves do Amazonas, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima.

    Nesta sexta-feira, 13, o Amazonas recebeu o reforço de mais 100 brigadistas, que foram retirados da região centro-sul, onde não há incêndios. Com esse reforço, o contingente será de trezentos homens combatendo o fogo na região. Nas áreas urbanas, como Manaus, a tarefa fica por conta dos bombeiros.

    Para esclarecer as ações que estão sendo tomadas pelo governo para diminuir o caos provocado pela estiagem no Norte do país, a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, organizou entrevista coletiva, em Brasília, também nesta sexta. De acordo com ela, desde o início do ano, houve investimentos para aumentar o efetivo de brigadistas no país. Hoje, eles são 3.534 homens, devidamente equipados. Duas aeronaves também foram deslocadas para ajudar no combate ao fogo, operação que “requer muita competência técnica para atuar em situação de risco”, alertou Marina.

    No entanto, a ministra pediu a ajuda dos habitantes da região, que têm como hábito atear fogo nas terras para desmatá-las. “A população precisa colaborar”, disse ela, referindo-se à situação crítica da região Norte, agravada pela mudança climática no mundo e pelo El Niño, fenômeno natural que provoca o aquecimento das águas do Oceano Pacífico. Ele se repete a cada cinco ou sete anos. A soma desses fatores apenas agrava as condições, que ficam ainda mais favoráveis aos focos de calor.

    Geralmente, quando as áreas desmatadas começam a se regenerar, os donos das terras tocam fogo novamente. Repetem esse ritual ao menos três anos consecutivamente para impedir de vez a possibilidade da volta da cobertura natural na terra. O incêndio das áreas desmatadas, segundo os técnicos do governo, começou a se alastrar para a floresta em pé, o que representa um grande perigo ao meio ambiente.

    O combate ao fogo é apenas um dos braços do trabalho do governo na região. “Tivemos a autorização do governo federal de trabalhar em parceria com os estados”, disse Marina, que coordena o trabalho transversal de diversas pastas que foram acionadas. Dragagem de rios para garantir a navegação e ajuda humanitária, com o transporte de comida e água para populações diretamente afetadas com a falta de água na região, são algumas das operações. Atualmente há 55 municípios em estado de emergência e cinco em alerta.

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