Em sua delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o empresário Joesley Batista, dono da JBS, maior processadora de carne do mundo, disse que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega era seu contato junto ao Partido dos Trabalhadores (PT). A informação foi publicada no início da noite desta quarta-feira pelo jornalista Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo.
Segundo o jornal, Batista teria afirmado aos procuradores que a JBS mantinha uma conta-corrente de propina com o PT, cujos recursos eram intermediados e negociados por Mantega, que distribuía o dinheiro entre parlamentares petistas.
O Globo diz ainda que o ex-ministro era o interlocutor da J&F, holding que controla a JBS, no BNDES. Os aportes do banco de fomento ao longo da última década tiveram papel decisivo na transformação da empresa dos irmãos Joesley e Wesley em um gigante do setor de proteína animal.
A respeito do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci, amplamente citado nas delações da Operação Lava Jato como principal interlocutor do PT em finanças de campanha e dinheiro de caixa dois, Joesley teria dito que ele pediu dinheiro “por fora” à campanha de Dilma Rousseff e foi atendido.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com o jornal, foi citado como alguém com quem Joesley Batista não tinha intimidade. Em uma conversa com Lula, o empresário teria reclamado do valor das doações de caixa dois ao PT, que estaria alto demais, mas o petista teria ficado calado.