Os políticos Luciana Genro e Ciro Gomes bateram boca em redes sociais um dia depois de o pré-candidato à presidência da República pelo PDT dizer que “o momento é de testosterona”, em comentário sobre a possível intenção de Marina Silva também concorrer nas eleições do próximo ano.
Luciana gravou um vídeo que publicou em sua página no Facebook. Ela começa o vídeo dizendo estar “muito indignada em ter ouvido mais uma vez as imprecações machistas do candidato à presidência Ciro Gomes.” Segundo ela, Ciro teria passado dos limites ao dizer, de acordo com sua interpretação, que o momento político exige testosterona e que, por isso, uma mulher não poderia estar à frente do processo de mudanças do Brasil.
Em evento com empresários na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), na quinta-feira, Ciro foi questionado sobre a candidatura de Marina Silva à presidência em 2018. “Não a vejo com apetite de ser candidata, ou então é uma tática nova que eu nunca vi, que é o negócio de jogar parado, de não dar opinião. Não vejo ela com a energia, e o momento é muito de testosterona. Eu não elogio isso, é algo do Brasil. É um momento muito agressivo, e ela tem uma psicologia muito avessa a isso”, afirmou o ex-governador do Ceará.
Ciro Gomes respondeu pouco depois ao vídeo da política gaúcha, que concorreu à presidência da República em 2014, quando teve a quarta maior votação no primeiro turno. Na página de Luciana no Facebook, ele a chamou de “descuidada e oportunista” e perguntou onde ela havia se informado sobre suas declarações.
Luciana replicou dizendo: “‘Descuidada e oportunista’, uma ova! Essa declaração machista está em todos os jornais e sites de notícias.”
Ciro Gomes voltou a responder à política do PSOL : “Leu num despacho do jornalão dos banqueiros e já foi ser a demagoga oportunista. Eu nunca disse isto que foi publicado. O que eu falei, denunciando, era que o Brasil estava vivendo um momento político de muita agressividade e ódio e de testosterona, que neste contexto quer dizer o mesmo, ou seja, agressividade. O oposto de dizer que ‘o Brasil precisa de agressividade’.”
Luciana não se deu por convencida e respondeu: “Pois primeiro a tua atitude agressiva mostra que fazes o que criticas. E saiba que as mulheres, quando necessário, também podem ser agressivas, aguerridas e linha de frente, mesmo tendo bem pouca testosterona. E vá se explicar para os jornalões!”.