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Justiça aceita 1ª denúncia da Greenfield que apura propina ao PT

Quatorze pessoas viraram rés, entre elas o ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto e ex-dirigentes da Engevix e do fundo de pensão da Caixa

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 Maio 2017, 17h26 - Publicado em 29 Maio 2017, 16h12
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  • A Justiça Federal de Brasília aceitou a primeira denúncia da Operação Greenfield contra quatorze pessoas por envolvimento em um esquema de gestão fraudulenta e pagamento de propina no fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal — Funcef. Eles devem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, infrações contra o sistema financeiro nacional e tráfico de influência.

    Entre os réus, estão o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; os ex-dirigentes da Engevix José Antunes Sobrinho, Gerson de Mello Almada e Cristiano Kok; o lobista Milton Pascowitch; e os ex-diretores da Funcef Guilherme Narciso de Lacerda, Demosthenes Marques, Luiz Philippe Peres Torelly, Carlos Alberto Caser, entre outros.

    O fundo teria investido dinheiro dos servidores  em negócios da empreiteira Engevix. Os aportes não vingaram e geraram um prejuízo de pelo menos 402 milhões de reais. Os dirigentes aprovaram os aportes sem a realização de pareceres técnicos e por meio de documentos fraudulentos que superestimaram o retorno do investimento, conforme a denúncia do Ministério Público Federal de Brasília.

    Ainda segundo a procuradoria, o lobista Milton Pascowitch pediu e recebeu 5,5 milhões de reais de propina para influenciar os dirigentes da Funcef a viabilizar os aportes. O dinheiro seria destinado a João Vaccari, que, por sua, vez o repassaria ao PT e a “pessoas ligadas a essa agremiação”. Essas informações foram relatadas de forma espontânea à procuradoria pelos dirigentes da Engevix Gerson de Mello Almada, Cristiano Kok e José Antunes Sobrinho — eles “foram ouvidos como colaboradores informais sem acordo de colaboração premiada”, diz o texto.

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    “Está demonstrada até agora a plausibilidade das alegações contidas na denúncia em face da circunstanciada exposição dos fatos tidos por criminosos e as descrições das condutas em correspondência aos documentos constantes do inquérito policial (…), havendo prova da materialidade e indícios da autoria delitiva”, escreveu o juiz Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara Federal de Brasília.

    O despacho data da última quinta-feira, dia 24 de maio, mas só foi divulgado nesta segunda-feira. A denúncia do MPF foi apresentada em 17 de maio, um dia antes da prisão do procurador Ângelo Goulart Vilela, que compunha a equipe da Greenfield, na Operação Patmos, deflagrada com base na delação de executivos da holding J&F, que controla a empresa de processamento de proteína animal JBS e a produtora de celulosa Eldorado. Esta última também é investigada na Greenfield, mas não faz parte desta primeira denúncia. 

    O ex-tesoureiro João Vaccari, o ex-dirigente da Engevix Gerson Almada e o lobista Milton Pascowitch já foram condenados na Operação Lava Jato em uma mesma ação penal na qual são acusados de pagar e receber propina por favores em contratos da Petrobras. Os empreiteiros Cristiano Kok e José Antunes Sobrinho também eram réus no mesmo processo, mas foram absolvidos pelo juiz Sergio Moro.

    Em nota, A Funcef destacou que está “colaborando de forma pró-ativa com o Ministério Público, investigando e produzindo provas visando a total elucidação dos fatos. Importante reiterar que a Fundação atua como assistente de acusação do MPF”. O fundo também afirmou que criou sistemas para melhorar a transparência da entidade e que repudia, “de forma veemente”, qualquer prática de corrupção.

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    Também em nota, a Engevix disse que “demonstrará na Justiça, mais uma vez, que nada de errado houve nesse investimento” e que a empresa “é reconhecida no Brasil e internacionalmente pelo seu padrão de qualidade na área de projetos de energia, em que atua há quase 50 anos”.

    A defesa de João Vaccari e de Milton Pascowitch ainda não se manifestaram.

    Confira a lista completa de réus: 

    Demósthenes Marques, ex-diretor de Investimentos da Funcef

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    Guilherme Narciso de Lacerda, ex-diretor-presidente da Funcef

    Luiz Philippe Peres Torelly, ex-diretor de Participações Societárias e Imobiliárias da Funcef

    Antônio Bráulio de Carvalho, ex-diretor de Planejamento e Controladoria da Funcef

    Geraldo Aparecido da Silva, ex-diretor de Benefícios, em exercício, da Funcef

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    Sérgio Francisco da Silva, ex-diretor de Administração da Funcef

    Carlos Alberto Caser, ex-presidente da Diretoria Executiva da Funcef

    José Carlos Alonso Gonçalves, ex-diretor de Benefícios da Funcef

    Roberto Carlos Madoglio, ex-superintendente Nacional de Fundos de Investimentos Especiais da Caixa Econômica Federal

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    José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix /Desenvix

    Gerson de Mello Almada, ex-vice-Presidente da Engevix

    Cristiano Kok, sócio da Engevix /Desenvix

    Milton Pascowitch, lobista

    João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT

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