O médium João de Deus vai passar a noite deste domingo, 16, em uma cela no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, denominado Núcleo de Custódia. O presídio fica localizado na região metropolitana da capital de Goiás. Acusado por várias mulheres de abuso sexual, ele vai cumprir prisão preventiva, que não tem prazo para terminar.
O médium será levado para o local ao fim do exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal. Antes de ser transportado para o IML, ele prestou um depoimento de mais de quatro horas na Delegacia de Investigações Criminais (Deic) de Goiânia, onde negou as acusações.
Os advogados do médium, Alberto Toron e Ronivan Peixoto Morais Júnior, preparam para esta segunda-feira, 17, um pedido de habeas corpus na tentativa de que ele possa cumprir prisão domiciliar.
O líder espiritual se entregou às autoridades neste domingo, em uma estrada de terra nas proximidades de Abadiânia, cidade de Goiás onde está localizado o centro onde o guro realiza seus tratamentos. O delegado responsável pelo caso, André Fernandes, afirmou que os relatos de quinze vítimas colhidos pela polícia justificaram o pedido de prisão preventiva.
“O que chama mais atenção é a singularidade de comportamento, o modus operandi é comum. São diversas vitimas, que não se conhecem, e relatam uma igualdade de comportamento”, afirmou.
João de Deus é acusado de ter abusado sexualmente de mais de trezentas mulheres que o procuraram para tratamento espiritual. As denúncias vieram de todo o país e também do exterior após o programa Conversa com Bial, da TV Globo, ter entrevistado mulheres que se disseram molestadas pelo médium.
Uma das vítimas que o denunciaram foi sua própria filha, Dalva Teixeira, de 49 anos. Em entrevista exclusiva a VEJA, ela relatou o calvário pessoal que enfrentou a partir dos 10 anos de idade. “Meu pai é um monstro”, contou Dalva.
(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)