Em um ato pela paz realizado neste domingo 17, por amigos e familiares do petista Marcelo Arruda, morto no último sábado 9, em sua festa de aniversário pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, seu irmão Luiz Donizete afirmou que não há dúvidas de que o assassinato foi “um ato político”.
Baseada em um depoimento da esposa de Guaranho, a Polícia Civil afastou a hipótese de crime de ódio com motivação política, o que foi refutado pelos parentes de Arruda no evento da Praça da Paz, em Foz do Iguaçu, no Paraná. “Aquele camarada chegou lá e só teve aquela reação maldita porque viu um movimento (político) diferente do dele. E qual é o problema de o Marcelo ter um movimento diferente de qualquer outra pessoa?”, disse o irmão da vítima, em meio a discursos contra a violência e a favor da paz realizado por outros familiares e líderes de movimentos sociais.
“Independentemente de lado A ou B, (é preciso) condenar todo e qualquer ato de violência, seja ele de qual lado for. Isso não pode abrir mão. Não é proibido você ter uma opção política, o que é proibido, é inaceitável é a agressão do ser humano ao ser humano, como meu irmão recebeu naquele momento. Isso tem que ser condenado”, afirmou Luiz Donizete. “Não é porque ele tinha um lado político, de repente, diferente do meu que o amor de família, de cidadãos, de nós brasileiros, tem que ser diferente”, completou.
Em nota divulgada neste domingo, a Polícia Civil do Paraná reafirmou que o indiciamento por homicídio qualificado por motivo torpe e perigo comum, “é o mais correto e severo, capaz de ser aplicado ao caso”, ressaltando que o trabalho é pautado “exclusivamente na técnica” e que opiniões políticas “estão fora de suas atribuições”. Uma vigilante, porém, disse que Guaranho gritou “aqui é Bolsonaro” antes de atirar contra Marcelo.