Internado desde a última quinta-feira, 16, o líder indígena cacique Raoni teve a alta médica adiada nesta quarta-feira, 22, após intercorrência no tratamento com antibióticos usados para tratar uma hemorragia abdominal. Em vez de sexta-feira, como estava programado, ele deve deixar o hospital em Sinop (MT) no próximo domingo.
O líder indígena recebeu uma mensagem do Papa Francisco que lhe desejou melhoras. O recado foi dado pessoalmente pelo bispo de Sinop, Dom Canísio Klaus, que o visitou no hospital.
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Clique e AssineRaoni foi hospitalizado após apresentar fraqueza, falta de ar e complicações gastrointestinais. Os sintomas apareceram em função de um quadro de depressão causado pela morte de sua esposa, Bekwyjkà Metukire, no dia 23 de junho após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral). Raoni passou a ter dificuldades para se alimentar. Eles estavam juntos há pelo menos oito décadas e tiveram oito filhos. No domingo 19, ele foi transferido de hospital no município de Colíder, onde estava sendo tratado, para a UTI de um endereço particular na cidade de Sinop. De acordo com pessoas próximas, o sangramento da úlcera gástrica foi controlado e ele passou por exame de ressonância magnética, que não apontou alterações. Foi descartada também infecção pelo coronavírus.
Principal representante da defesa dos direitos indígenas, o cacique Raoni participou ativamente da Assembleia Constituinte, em 1988, manteve encontros constantes com líderes mundiais para tratar do assunto nas últimas décadas e, mais recentemente, foi alvo de uma campanha internacional para ser um dos indicados a concorrer o Prêmio Nobel da Paz.