O governo do Rio de Janeiro confirmou nesta quinta-feira, 27, que cinco casos suspeitos de coronavírus estão sendo investigados no estado. São dois na capital, dois em Niterói, na Região Metropolitana, e um em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Segundo a Secretaria estadual de Saúde, até o fim da tarde haverá uma atualização dos números. No Brasil, há um caso confirmado em São Paulo.
“Desde o início do ano a Secretaria de Estado de Saúde trabalha na organização de um plano de resposta eficiente e ágil para enfrentar o Coronavírus, caso ele chegue por aqui”, afirmou o secretário Edmar Santos, em nota.
Entre os casos suspeitos está o de uma mulher de 49 anos que deu entrada no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, com sintomas de tosse, febre e coriza. De acordo com a prefeitura local, a paciente foi classificada na categoria verde, de baixa complexidade, conforme o protocolo do Ministério da Saúde. Ela foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Botafogo, na mesma cidade, e disse que esteve na Europa, com uma conexão em Milão, na Itália, onde 12 pessoas morreram e 374 casos foram registrados.
A prefeitura de Nova Iguaçu informou que a família da paciente será visitada para que seus parentes e outras pessoas que tiveram contatos com ela sejam orientados sobre como proceder até que o diagnóstico seja confirmado.
Na última quarta-feira, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de coronavírus do Brasil. Trata-se de um homem de 61 anos que esteve na Itália e foi para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Um exame realizado na unidade havia dado positivo para o vírus. A contraprova também deu resultado positivo. No Brasil, são pelo menos 20 casos suspeitos que estão sendo investigados. Além do Rio de Janeiro e São Paulo, há em Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Espirito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo.
No mês passado, a Secretaria estadual de Saúde do Rio, elaborou um plano de contingência para enfrentar um possível surto de coronavírus. “Ele é capaz de provocar epidemias e pode evoluir a pandemias. Para proteger o cidadão fluminense do 2019-nCoV, a secretaria definiu objetivos estratégicos, a fim de evitar a disseminação desse novo vírus entre população sem imunidade para este subtipo viral”, afirma a nota.
De acordo com a secretaria, “o primeiro objetivo estratégico do plano de contingência é intensificar medidas de segurança para limitar a transmissão humano a humano, incluindo as infecções secundárias entre pessoas próximas e profissionais de saúde”. E ressalta: “Caso uma pessoa apresente sintomas e sinais de doenças respiratórias, ela será identificada imediatamente, isolada e atendida da forma como preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde”.
Organização da resposta a um possível surto do governo do Rio:
– Nível Zero – Casos importados notificados ou confirmados.
– Nível de Ativação 1 – Transmissão autóctone de Coronavírus no estado do Rio de Janeiro. As unidades hospitalares escolhidas são as seguintes: Hospital Municipal Souza Aguiar; Hospital Municipal da Piedade; Hospital Municipal Jesus; Hospital Municipal Ronaldo Gazolla; CER Leblon; Hospital dos Servidores do Estado; Hospital Federal da Lagoa; Instituto Fernandes Figueira; Hospital Universitário Gafree e Guinle; Hospital Universitário Clementino Fraga Filho; e Hospital Universitário Pedro Ernesto.
– Nível de Ativação 2 – Transmissão sustentada na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. As unidades escolhidas são as seguintes: Hospital Albert Schweitzer; Hospital Municipal Ronaldo Gazolla; Hospital Anchieta; Hospital Zilda Arns; Hospital Estadual Alberto Torres; Hospital Estadual João Batista Caffraro; Hospital de Curupaiti; Hospital dos Servidores do Estado; Hospital da Lagoa; Hospital Universitário Antônio Pedro; e Hospital da Piedade.
– Nível de Ativação 3 – Quando as ações e atividades orientadas para serem realizadas no Nível II de ativação forem insuficientes como medidas de controle e para a organização da rede de atenção na resposta. E, ainda, quando a rede de atendimento definida for incapaz de atender à demanda.
Ainda segundo a secretaria, caso o surto chegue a esse nível, além de todas as unidades citadas anteriormente, será criado um hospital de campanha e as Forças Armadas serão acionadas.