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Doria recomenda suspensão de cultos e missas em São Paulo

Medida foi comunicada a lideranças evangélicas, que pediram que as instituições não fossem obrigadas a fechar as portas

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 mar 2020, 14h51 - Publicado em 19 mar 2020, 12h21
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  • O governador de São Paulo, João Doria, recomendou nesta quinta-feira, dia 19, que as igrejas suspendam os cultos e missas presenciais na Região Metropolitana de São Paulo como medida para conter a proliferação de coronavírus no Estado, que registra até agora o maior número de mortes (4) causadas pela doença e de pacientes infectados (240) no país.

    “A recomendação é para que templos e igrejas evitem a partir de segunda-feira, 23, missas, cultos, celebrações e aglomerações. Isso não significa o fechamento dos templos para fazer as suas orações, apenas indica a recomendação, para que não promovam mais presencialmente missas e cultos”, anunciou Doria, ressalvando que as instituições podem permanecer com as portas abertas, “mas de forma limitada e ordenada”.

    A medida foi comunicada com antecedência a lideranças de igrejas pentecostais e neopentecostais em reunião com o secretário da Saúde, José Henrique Germann, no Palácio dos Bandeirantes, nesta manhã. Os representatantes fizeram apelos ao secretário para que as igrejas não sejam fechadas e para que os cancelamentos sejam feitos de forma gradual. Entre eles, haviam pastores e parlamentares ligados à Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Mundial do Poder de Deus, a Assembleia de Deus, entre outras.

    “É preciso lembrar que as igrejas têm uma estrutura de empresa, tem muitos funcionários e atividades. Não é para trancar a porta das igrejas, mas para limitar as aglomerações ao máximo”, disse o deputado estadual Tenente Nascimento (PSL-SP), que é pastor adjunto da Assembleia de Deus do Ministério Ipiranga.

    “O pedido foi feito pela diminuição de cultos. Se a igreja achar que cabe fechar, aí é uma decisão de cada instituição. O governador está aconselhando”, disse Luciano Luna, pastor e coordenador de assuntos legislativos do núcleo cristão do PSDB, que cancelou os cultos presenciais de sua igreja, a Poderoso Deus.

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    Nesta quarta-feira, dia 18, o Ministério Público do Estado de São Paulo pediu ao governo e à prefeitura para que decrete o fechamento de atividades não essenciais, entre as quais “serviços religiosos, academias de ginástica, centros comerciais, bares e restaurantes”. Os promotores solicitaram que o governo define sanções para o descumprimento da ordem. Doria tem evitado tomar essa medida drástica, preferindo fazer recomendações, sem uma imposição legal.

    Alguns líderes pentecostais já anunciaram que vão resistir à ideia de cancelar cultos, como é o caso do pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, cuja sede fica no Rio de Janeiro, mas tem três filiais em São Paulo. “Enquanto o transporte coletivo estiver funcionando, a minha igreja vai estar aberta. Governador e prefeito nenhum podem fechar a minha igreja, só a Justiça. Os templos são o último reduto de fé e esperança da população”, disse o pastor.

    VEJA acompanhou alguns cultos de igrejas pentecostais e neopentecostais em São Paulo nesta semana. As cerimônias transcorreram normalmente, com a orientação de que não ocorresse a “imposição de mãos”, que os fieis se sentassem a uma cadeira de distância do próximo, e que não se realizasse a Santa Ceia.

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