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Garoto morto por mãe registrou queixa contra tio por homofobia

Itaberli Lozano, 17 anos, assassinado a facadas, disse à polícia de Cravinhos que era ofendido e ameaçado pelo parente devido a sua identidade sexual

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 20h45 - Publicado em 12 jan 2017, 20h04
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  • O jovem Itaberli Lozano, de 17 anos, que foi morto a facadas pela mãe, a gerente de supermercado Tatiana Ferreira Lozano, de 32 anos, em Cravinhos, interior de São Paulo, registrou queixa na delegacia local contra um tio materno por homofobia em março de 2015.

    À polícia o garoto disse que vinha sendo ameaçado pelo tio há sete dias. No dia 9 de março de 2015, o parente teria ido até a casa onde ele morava com a avó e gritado: “Vou enfiar uma faca no seu c…, pra quando alguém for comer não vai ter trabalho. Se não te pegar na rua, vou te pegar na sua casa”, relata o jovem em boletim de ocorrência lavrado no dia 12 de março de 2015.

    Diante das hostilidades, o jovem afirmou que se sentia com medo de sair de casa porque toda vez que o tio o ofendia e o ameaçava fazendo referência a sua homossexualidade.

    Na hora de protocolar a queixa, Itaberli estava acompanhado da mãe, que está presa temporariamente sob acusação de tê-lo matado e, com a ajuda do marido Alex Canteli, de 30 anos, ter queimado o corpo em um canavial.

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    A polícia diz que a mãe não cometeu o crime por homofobia, mas por motivo fútil. Tatiana confessou o assassinato, mas contou que o fez em legítima defesa. O tio materno não tem nenhuma relação com o assassinato.

    A Polícia Civil disse à VEJA que o garoto não deu prosseguimento à queixa e, por isso, a ocorrência não foi investigada.

    O crime

    No dia 29 de dezembro, mãe e filho tiveram uma briga na casa onde moravam. Tatiana, que é bem mais robusta que o filho, acabou pegando uma faca na cozinha e o golpeando três vezes no pescoço, matando-o na hora — ela alega que o filho era usuário de drogas e que fazia constantes ameaças a ela e à família. Durante a confusão, o marido estaria dormindo e não acordou por causa do barulho do ventilador e por ter sono pesado, conforme ele contou à polícia, que desconfia das declarações.

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    Após cometer o ato, Tatiana correu para acordar Pereira “desesperada”. Eles, então, enrolaram a vítima em um edredom, colocaram-no no carro do marido e o levaram até o meio de um canavial, onde o incendiaram. “Tirei gasolina do tanque do carro e joguei sobre o corpo e coloquei fogo. Usei uma mangueira e coloquei a gasolina num galão que estava no carro. O fósforo já trouxemos de casa. Voltamos para casa e a Tatiana limpou todo o quarto”, disse Canteli no depoimento à polícia.

    Os restos mortais de Itaberli só foram encontrados pela polícia no dia 7 de janeiro, mas as autoridades não sabiam que se tratava do garoto. Dois dias depois, a avó paterna, Julia Gabriel Rosa, registrou o desaparecimento. O pai do menino é falecido.

    Junto das cinzas, a polícia achou uma pulseira que parecia a mesma usada por Itaberli em fotos publicadas no Facebook. Com isso, pediram um mandado na Justiça para vasculhar a casa do garoto, que foi deferido nesta quarta-feira. Ao chegar ao local, a mãe confessou o crime à polícia.

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