Com um crânio enorme e poderosos dentes serrilhados, o Tyrannosaurus rex é o membro mais popular entre os dinossauros. Durante o fim do período Cretáceo, devido a sua mordida esmagadora, ele ficou no topo da cadeia alimentar. Ao longo da últimas década, dezenas de fósseis desse animal, que recebeu a alcunha de Rei entre entusiastas, foram encontrados entre Canadá e Estados Unidos. Um estudo divulgado nesta quinta-feira, 11, revela que um desses fósseis, na verdade pertencia a outra espécie.
Essa linhagem, agora identificada como o parente mais próximo do T. rex, era desconhecida pelos especialistas. Até agora, acreditava-se que esse registro histórico pertencia ao dinossauro mais famoso, mas uma análise do crânio publicada no periódico científico Scientific Reports mostra que existem diferenças na forma, o que justifica a atribuição de uma nova espécie, agora chamada de Tyrannosaurus mcraeensis.
O que isso muda o que sabemos sobre esses animais?
Esse fóssil foi descoberto em uma formação geológica conhecida como Hall Lake, no estado do Novo México, nos Estados Unidos. A análise da localização e de outros artefatos encontrados na região sugere que o T. mcraeensis viveu entre 71 e 73 milhões de anos atrás, cerca de seis milhões de anos antes do T. rex.
O novo fóssil ainda ajudou a entender melhor a família Tyrannosaurini, de que as duas espécies fazem parte. A partir nos novos achados, os pesquisadores conseguiram estimar que o grupo surgiu na região sul da Laramidia, uma ilha que existiu há 100 milhões de anos. Além disso, eles propõem que as versões gigantes desses predadores (ambas as espécies citadas aqui tinham cerca de 12 metros de comprimento) surgiu concomitantemente ao aparecimento do T. mcraeensis e evoluíram dessa maneira devido ao tamanho igualmente descomunal dos herbívoros que serviam como presas.
Existe precedente?
Esse tipo de redesignação é comum entre fósseis. Na realidade, algo muito semelhante aconteceu há pouco tempo e foi revelado em um artigo publicado no último dia 2, na revista científica especializada Fossil Studies.
De acordo com os autores, um fóssil que havia sido atribuído a um filhote de T. rex pertencia a uma espécie menor, da mesma família. De acordo com a nova análise, o fóssil pertencia a um animal adulto e foi atribuído a espécie Nanotyrannus lancensis, também da família dos Tyrannosaurini. “Quando vi esses resultados fiquei bastante impressionado”, disso o líder do estudo, Nick Longrich. “Se eles fossem jovens T. rex, deveriam estar crescendo loucamente, ganhando centenas de quilos por ano, mas não estamos vendo isso.”
A diferença é realmente grande. Os N. lancensis chegam a no máximo 5 metros de comprimento e 1,5 toneladas, muito menores que os T. rex, que podem pesar surpreendentes 8 toneladas.
Apesar da elucidação muito bem-vinda, existe uma frustração nesse achado – até agora, essa era o único fóssil pertencente a um filhote dos gigantes e famosos predadores. Agora, resta continuar a busca.