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Ex-secretários do Amazonas são transferidos para prisão estadual

Eles estão detidos por suspeita de corrupção; transferência estava prevista para ocorrer ontem, mas foi adiada por falta de efetivo da PF para escolta

Por Agência Brasil Atualizado em 4 jan 2018, 09h36 - Publicado em 4 jan 2018, 09h35
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  • Os quatro ex-secretários do governo do Amazonas presos por suspeita de corrupção foram transferidos nesta quarta-feira (3) para o Centro de Detenção Provisória de Manaus II, unidade do sistema penitenciário estadual. Eles estão detidos desde o último domingo (31) e ficaram presos inicialmente na sede da Polícia Federal em Manaus.

    Pedro Elias, Wilson Alecrim, Afonso Lobo e Evandro Melo são investigados em um inquérito que apura desvio de recursos da saúde pública no Amazonas. A transferência dos ex-secretários para o sistema penitenciário estadual estava prevista para ocorrer ontem (2), mas foi adiada por falta de efetivo da Polícia Federal para a escolta.

    O ex-governador do estado José Melo (Pros) permanece sob a custódia da Polícia Federal por determinação da Justiça, que analisa recursos da defesa. Ele também é acusado de desviar verbas da saúde pública. A defesa nega as acusações e considera que as denúncias estão baseadas em “fofocas de blogs”. A prisão temporária do ex-governador vence nesta quinta-feira (4).

    A defesa do ex-secretário Afonso Lobo aguarda a conclusão do inquérito para se manifestar, mas também considera as acusações inverídicas. Lobo receberá acompanhamento médico em razão de aneurisma pré-existente e aumento da pressão arterial. A reportagem não conseguiu retorno dos advogados dos outros ex-secretários até a publicação desta notícia.

    Sindicância

    A Secretaria de Administração Penitenciária abriu sindicância para apurar irregularidades na prisão do ex-governador José Melo. O órgão reconheceu que houve vazamento de imagens do ex-governador na Central de Recebimento e Triagem (CRT) da secretaria e na audiência de custódia, no dia 26 de dezembro.

    Dois funcionários da empresa de cogestão do sistema prisional, a Umanizzare, assumiram a autoria do vazamento das fotos e a invasão ao banco de dados em que constam todas as imagens de presos que entram nas penitenciárias. A administração estadual informou que avalia a possibilidade de instaurar um processo contra a empresa.

    Em nota, a Umanizzare informou que repudia o vazamento e que os dois funcionários já foram afastados e serão demitidos por justa causa. José Carlos Cavalcanti, advogado do ex-governador José Melo, também criticou a divulgação das fotos e apontou outras irregularidades na prisão, como a utilização de algemas.

    A secretaria disse que as algemas foram utilizadas para resguardar a vida e garantir a segurança do ex-governador, que apresentava sinais de depressão. Os agentes tinham receio de que José Melo atentasse contra a própria vida ou contra a integridade física da equipe de escolta — o que a defesa nega. Um relatório sobre as supostas irregularidades será apresentado em 30 dias.

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