Entre mansões e bitcoins
Advogado que comprou parte de imóvel do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar, perdeu dinheiro em operações fraudulentas
Amigo do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e coproprietário de uma mansão com Rodrigo Bacellar (PL), o advogado Jansens Calil Siqueira caiu, em 2021, no esquema de pirâmide criado pelo chamado Faraó dos Bitcoins. Um ano antes de pagar em dinheiro vivo parte do valor do imóvel, em Teresópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, Jansens investiu 1,15 milhão na GAS Consultoria Bitcoin, empresa de Glaidson Acácio dos Santos, investicado por crimes financeiros. Foi Jansens quem pediu à Justiça a falência da empresa, decretada em fevereiro deste ano, pela juíza Maria da Penha Nobre Mauro, da 5ª Vara Empresarial do Rio.
Jansens é sócio, desde fevereiro de 2002, de um escritório de advocacia em Campos dos Goytacazes, no Norte do estado do Rio, cujo capital social é de 30 mil reais. Ao site Metrópoles, confirmou ter pago 500 mil reais na compra de uma mansão de 500 metros quadrados em Teresópolis. A outra parte na compra foi paga por Rodrigo Bacellar, que, em sua declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral em 2022, afirma ter 793 mil em bens.
Procurado por VEJA, Jansens não retornou. O presidente da Assembleia Legislativa afirma que o imóvel estava em processo judicial quando foi comprado – avaliado em 8 milhões, foi adquirido por 3 milhões. Ele diz, em nota, ter documentação que comprova, “de forma transparente, a legalidade da negociação, no que cabe a ele”. A VEJA, aliados do presidente da Alerj conformam que ele é o usuário do imóvel, ambiente em que faz festas periodicamente e recebe políticos, entre eles o governador do estado do Rio, Cláudio Castro.
Bacellar, que também é de Campos dos Goytacazes, foi secretário de Governo de Castro, de quem é aliado de primeira hora, e indicou titulares de ao menos seis pastas na atual gestão.