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Entidades que apoiavam Mandetta dizem ter sido barradas em posse de Teich

Conass e Conasems, que representam secretários estaduais e municipais, mantinham contato direto com o antigo ministro

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Mariana Zylberkan Atualizado em 17 abr 2020, 13h50 - Publicado em 17 abr 2020, 12h58
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  • Duas entidades que representam secretários estaduais e municipais de Saúde dizem ter sido barradas nesta sexta-feira, 17, na posse do novo ministro, Nelson Teich. Essas associações mantinham contato direto com o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o apoiavam à frente da pasta.

    Segundo uma nota divulgada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o presidente da entidade, Alberto Beltrame, e o do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Wilames Bezerra, haviam sido convidados à cerimônia no Palácio do Planalto, mas foram “desconvidados” ao chegarem à sede do governo.

    “Pela primeira vez na Historia do SUS, embora convidados, Conass e Conasems foram barrados na posse do novo Ministro da Saude Nelson Teich. ‘Desconvidados’ na entrada do Palácio, ambos os Conselhos lamentam e repudiam a atitude e esperam um pedido formal de desculpas do novo Ministro e do Palácio do Planalto”, diz a nota.

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    Na nota, o Conass demonstra ainda preocupação com o diálogo com o governo de agora em diante. “O SUS tem como princípio basilar a colegialidade da gestão. O respeito aos estados e municípios é o minimo que se espera neste momento de grave crise de saúde publica que vivemos, onde cada gestor importa. Onde a vida e a saúde de cada brasileiro importa”, afirma a entidade.

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    A saia-justa é mais um componente na queda de braço que opõe o presidente Jair Bolsonaro a governadores e prefeitos. Bolsonaro é favorável a uma flexibilização do isolamento social, mas os mandatários estaduais e municipais, agora amparados por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), têm adotado medidas independentes do posicionamento do presidente.

    Com uma política alinhada às recomendações da Organização Mundial de Saúde, e, assim, mais afeita aos governadores do que ao Planalto, a gestão de Mandetta foi abreviada após sucessivos desgastes com Bolsonaro. O ex-ministro se manifestou publicamente a favor da quarentena e contra aglomerações, enquanto o próprio presidente saía às ruas em Brasília e cumprimentava eleitores.

    Em seu pronunciamento na posse de Teich, Jair Bolsonaro repetiu a expressão utilizada ontem na fala após demitir Mandetta, a de que é necessário “abrir o emprego” no país para atenuar o impacto econômico da pandemia. O novo ministro declarou que não mudaria bruscamente a política de combate ao coronavírus, mas pontuou que há um “alinhamento completo” entre ele e Jair Bolsonaro.

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