Em sua primeira entrevista coletiva como prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) reafirmou o compromisso com o corte de gastos, prometeu transformar agências bancárias vazias em creches – para abrir 66 000 vagas neste ano – e disse que vai convocar metade dos 550 000 pacientes na fila de exames médicos para reavaliação.
As primeiras medidas de austeridade consistem no corte de 15% no valor dos contratos firmados com fornecedores da prefeitura e a redução de 3 000 cargos comissionados.
Doria afirmou que fará uma reserva de 230 milhões de reais no Orçamento para viabilizar a abertura das novas vagas em creches. O último levantamento aponta que o déficit atual é de 130 000 postos. O prefeito não apresentou detalhes para a transformação das agências bancárias – muitas delas sem janelas nem banheiros.
“O programa começa ser implementado com ajuda das Organizações Sociais (OS). Acreditamos que esse seja um bom formato. Convidamos algumas instituições financeiras, do setor privado, e também instituições federais, a colaborarem com a cidade. Por que instituições financeiras? Não é para que ofereçam dinheiro, é espaço físico. Todas as instituições financeiras do país estão se desmobilizando. Isso é fato, vocês acompanham isso. Os bancos estão abrindo mão de suas agências. Pedimos a essas instituições que destinem alguns desses imóveis para a implantação de creches”, disse Doria.
Exames
Para a Saúde, a equipe do prefeito reduziu o peso dado durante a campanha para a parceria com entidades médicas privadas para o programa Corujão, que pretende utilizar a rede privada durante a madrugada, em horários ociosos, para zerar a fila por exames médicos.
“Mais da metade das pessoas que estão na fila esperam por exame há mais de seis meses. Na rede privada, um exame tem validade de 30 dias”, afirmou o secretário de Saúde, Wilson Pollara. “A própria unidade que solicitou o exame vai receber a informação e vai solicitar uma nova consulta ao paciente”, disse o secretário.
(Com Estadão Conteúdo)