A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP), autora de uma denúncia no Tribunal de Contas da União (TCU) contra Jair Bolsonaro e outras três pessoas devido às joias recebidas de presente das autoridades da Arábia Saudita, quer que o órgão realize uma auditoria em todo o acervo pessoal do ex-presidente.
A alegação é que Bolsonaro não declarou os bens à Justiça Eleitoral. “O patrimônio pessoal declarado para a Justiça Eleitoral no ano de 2018 equivale a R$ 2.286.779,48, enquanto a declaração para o ano de 2022 equivale a R$ 2.317.554,73, uma diferença de apenas R$30.775,25, muito aquém do valor das jóias que constou de seu acervo particular, afirma Luciene, em petição protocolada na manhã desta quarta-feira, 15.
Outra questão levantada pela deputada é que a lista do acervo de Bolsonaro omite um fuzil e uma arma de fogo recebidos de presente, em 2019, pelo ex-mandatário.
No documento enviado ao TCU, Luciene Cavalcante rebate a afirmação da defesa do ex-presidente de que ele não teve a intenção de enriquecer às custas dos presentes recebidos. “A conduta do ex-presidente de incorporar ao seu acervo privado os bens de altos valores entregues pela Arábia Saudita e outros governos vai de encontro com a tese defensiva de peça nº 14 deste processo, quando alega que “o peticionário em momento algum pretendeu locupletar-se ou ter para si bens que pudessem, de qualquer forma, serem havidos como públicos”.
Na denúncia aberta pela parlamentar resta pendente uma solicitação da defesa de Jair Bolsonaro para que o TCU seja responsável por guardar as joias objeto do processo.