Alvo da Operação Catarata nesta sexta-feira, 11, a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB) se apresentou à tarde na sede da Polícia Civil do Rio de Janeiro, no Centro. Ela não foi encontrada pela manhã durante a ação desencadeada pelo Ministério Público estadual. Cristiane teve o mandado de prisão expedido pela Justiça fluminense suspeita de participação de um esquema de corrupção em programas de assistência social quando era secretária municipal na gestão de Eduardo Paes (DEM). Segundo a força-tarefa, mesmo não nomeada, ela também tinha influência no setor na administração do atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos).
Cristiane Brasil é filha do ex-deputado federal Roberto Jefferson, condenado e preso no escândalo do mensalão do PT. Ex-vereadora na capital, Cristiane é pré-candidata a prefeita do Rio pelo PTB, partido presidido nacionalmente pelo pai. Ela chegou a ser nomeada ministra do Trabalho do ex-presidente Michel Temer. No entanto, a posse foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) porque Cristiane foi condenada em uma ação trabalhista.
Na decisão judicial que recebeu a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra 25 acusados de integrarem o grupo, Cristiane Brasil foi apontada como a “fada madrinha” de uma das empresas contratadas de maneira fraudulenta, como revelou a coluna Radar. O MP afirmou que a ex-deputada recebia propina em dinheiro vivo. A Operação Catarata também prendeu o secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes.
Cristiane Brasil gravou quatro vídeos dentro do carro a caminho da sede da Polícia Civil e os publicou nas redes sociais. Ela estava acompanhada do advogado. “Estou indo me apresentar agora. É um absurdo que uma denúncia antiga, de 2012, 2013, esteja sendo cumprida agora. Um mandado de prisão preventiva contra mim faltando dias para a eleição”, afirmou ela. “Têm interesses políticos por trás. Estou com a consciência tranquila de que a Justiça será feita e os fatos serão esclarecidos a meu favor. Em breve, estarei novamente em liberdade pronta para competir e ser prefeita do Rio de Janeiro”, ressaltou.
A ex-deputada disse também ter dívidas, como empréstimos e mensalidades atrasadas da faculdade da filha. “Investi o meu dinheiro na minha pré-campanha para concorrer a prefeita”, contou. “Não tenho nem carro. Ando de Uber e de metrô. Não sei desse enriquecimento ilícito. Como me beneficiei de um esquema de propina? Cadê os milhões?”, completou.