A maioria das capitais brasileiras — 16 de um total de 27 — está com a taxa de ocupação de leitos de UTI em até 70%, percentual considerado o limite para que seja possível adotar a flexibilização da quarentena em meio à pandemia de coronavírus.
Acima disso, há um grande risco de colapso do sistema público de saúde, que ocorre quando a demanda por internações de pacientes em estado grave se aproxima da totalidade de leitos disponíveis. Essa situação ocorre em quatro capitais: Porto Alegre (90%), Brasília (86%), Curitiba (86%) e Belo Horizonte (84%), de acordo com levantamento feito por VEJA com dados das secretarias estaduais de saúde atualizados até segunda-feira 3.
Apesar de alguns especialistas defenderam como ideal o percentual de 60% de ocupação, a faixa de 70% é aceita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como indicativo de que um lugar está apto a deixar gradualmente o isolamento social. No Estado de São Paulo, o indicador de 70%, entre outros parâmetros, é usado pelo governo para determinar se cada município está apto a avançar nas fases de reabertura de atividades não essenciais.
Atualmente, a capital gaúcha está mais perto de sofrer com um colapso no atendimento público de saúde em razão do aumento exponencial de novos casos registrados há algumas semanas. Esse posto já pertenceu a Manaus, que teve uma das mais altas taxas de mortalidade de Covid-19 no Brasil justamente pela escassez de atendimento médico para pacientes graves. Hoje, a capital do Amazonas é a penúltima no ranking de taxas de ocupação de leitos de UTI no país com 33%, seguida por São Luís (MA), que tem 22% das vagas preenchidas. A combinação de alta recente de casos e índices altos de pacientes internados em estado grave é realidade também em Curitiba e Belo Horizonte, com taxas acima de 80%.