As chacinas estão assustando a população do Ceará. Na noite de quinta-feira, 20, sete pessoas foram mortas na cidade de Viçosa do Ceará, a 360 quilômetros de Fortaleza, e outra morreu na noite de ontem, aumentando para oito o número de vítimas fatais. Na sexta-feira, nove crianças e adolescentes foram baleados em Fortaleza, e uma criança e uma jovem morreram.
Em Viçosa do Ceará, o atentado ocorreu em uma praça da cidade. Os atiradores desceram de dois veículos e motos e renderam as pessoas, que estavam em um bar na Praça Clóvis Beviláqua, e começaram a atirar. Equipes das forças da segurança fazem diligências no local.
Em Fortaleza, o crime ocorreu na Areninha do Jardim Violeta, no bairro Barroso. Os criminosos estavam em dois carros com as armas e começaram a atirar contra o grupo de crianças e adolescentes: as duas vítimas fatais tinham 8 e 16 anos, e morreram no local.
Segurança pública voltou ao topo das preocupações dos brasileiros
As chacinas são mais um sinal do fracasso do governo estadual e da União em combater a violência. O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), relaciona a matança à repressão do Estado contra o crime organizado. O governo cearense não descarta pedir mais ajuda ao governo federal para tentar conter o avanço das facções.
Estes atos de covardia ocorrem em um momento em que as pesquisas mostram que a segurança pública voltou ao topo das preocupações dos brasileiros, com possível reflexo nas eleições municipais. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, defende um genérico “SUS da Segurança Pública” para facilitar a troca de informações entre polícias, mas, até hoje, não apresentou planos concretos para conter os índices de violência.
Na semana passada, o PT de Elmano começou a distribuir uma cartilha para os futuros candidatos a prefeitos. O partido cita o fechamento de bares às 23 horas como um dos “bons exemplos” de ações na área de segurança pública para combater a criminalidade, atitude que já foi testada em algumas cidades da Grande São Paulo como Diadema. O partido também defende a presença das guardas civis nas escolas e o patrulhamento em áreas sensíveis.