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Castro diz que ônibus incendiados são ‘ações terroristas’

Até o momento, foram presas 12 pessoas, que serão encaminhadas a presídios federais; ataques são retaliação a morte de número 2 de milícia

Por Lucas Mathias Atualizado em 23 out 2023, 22h56 - Publicado em 23 out 2023, 19h57
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  • O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), classificou os ataques criminosos na Zona Oeste da capital carioca como “terrorismo” e parabenizou a ação de seus agentes de segurança contra uma das maiores milícias da cidade. A operação, conforme confirmado por Castro, buscava prender o líder desse grupo, apelidado de Zinho, e terminou com a morte de seu sobrinho, tratado como o número dois do grupo, com perfil bélico e responsável pela ligação da organização com uma facção do narcotráfico. Em retaliação, foram incendiados 35 ônibus em bairros da região, como Santa Cruz e Campo Grande, e um trem desde o início da tarde desta segunda-feira, 23. Ao todo, foram presas 12 pessoas ateando fogo nos veículos que, segundo o mandatário, serão encaminhadas a presídios federais pelas “ações terroristas”. 

    “Demos um golpe muito duro em uma das maiores milícias do Rio de Janeiro. Uma ação pautada, primeiro, pela inteligência. Estamos atrás de um dos líderes de uma das maiores organizações criminosas. Nossa intenção era atuar contra a milícia do miliciano conhecido como Zinho. No meio da ação, houve uma resistência, nós prendemos e depois veio a óbito o Matheus Rezende, também conhecido como Faustão ou Teteu”, explicou o governador, que também confirmou as prisões: “Prendemos 12 criminosos ateando fogo em ônibus. Esses criminosos já estão presos por ações terroristas, e como ações terroristas, estarão sendo encaminhados imediatamente para presídios federais. Porque lá é local de terroristas”.  

    Castro acrescentou ainda que o miliciano morto era conhecido como “Senhor da Guerra”, responsável pelas ações bélicas da organização criminosa. “Há quem diga, inclusive, que ele era preparado para ser o sucessor desse miliciano, Zinho”, disse. Em seguida, o governador reforçou o que já havia escrito em publicação, horas antes, nas redes sociais, ao marcar posição e dizer que o estado não vai arrefecer. Até o momento, no entanto, as forças de segurança têm enfrentado dificuldades para impedir e interromper os incêndios, que têm se espalhado. No início desta noite, um trem, que fazia trajeto da Zona Oeste em direção ao Centro do Rio, também foi obrigado a parar e teve seus passageiros desembarcados, antes de criminosos atearem fogo na composição. 

    “Infelizmente, o que vimos foi uma resposta dura dessa criminalidade. Atacando a vida do cidadão, queimando ônibus, prejudicando a vida das pessoas. O crime organizado não ouse desafiar o estado. Nosso plano de contingência já está ativo desde as primeiras horas. Nosso contingente de polícia está todo nas ruas garantindo que a ordem seja restabelecida, que a vida da população volte ao normal. Não arrefeceremos em nada na luta contra a criminalidade. Não daremos um passo atrás. O estado não será tomado por criminosos. Não tenho dúvida de que amanhã será um dia com muito mais ordem e tranquilidade para que a população tenha seu direito de ir e vir salvaguardado”, completou o governador, que informou ainda ter entrado em contato com o prefeito Eduardo Paes e com o ministro da Justiça, Flávio Dino.

    Ao fim de seu pronunciamento, Castro também prometeu uma caça a três líderes de organizações criminosas do estado, alvos de operações da Polícia nas próximas semanas: além do miliciano Zinho, ele colocou alvos também no miliciano Tandera, também com atuação na Zona Oeste do Rio, e no traficante Abelha, um dos líderes do Comando Vermelho. “Queria dizer que esses três criminosos, e vou nomeá-los aqui: Zinho, Tandera e Abelha, nós não descansaremos enquanto não prendermos eles e todos aqueles que os circundam. Porque criminoso no Rio de Janeiro não tem vez e não terá paz”, encerrou.

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