Presos e apontados pela polícia como os responsáveis pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes em março de 2018, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz tiveram os sigilos fiscais e bancários quebrados pela Justiça do Rio de Janeiro nesta quarta-feira, 4. A decisão é da 1ª Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado. Também foi determinado o sequestro de bens de Lessa, além da quebra dos sigilos de outras cinco pessoas suspeitas de serem “laranjas” do policial militar reformado. Até hoje as investigações não descobriram os mandantes dos dois crimes que ocorreram na região central da cidade.
O pedido à Justiça foi feito pelo Departamento de Combate à Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio e pelo Ministério Público estadual. No total, os bens bloqueados de Ronnie Lessa chegam a pelo menos 2,8 milhões de reais. Na lista, estão incluídos, por exemplo, terrenos e até uma lancha avaliada em 450 mil reais encontrada por policiais em Angra dos Reis, no Sul Fluminense. Um imóvel em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, avaliado em 1,2 milhão de reais, também pertencente a Lessa, segundo a polícia.
A suspeita é de que o patrimônio seja incompatível com a renda do PM reformado porque relatórios do antigo Coaf (Conselho de Atividades Financeiras) revelaram tentativas de ocultação de bens de Lessa e indício de atividade financeira suspeita. A Justiça fluminense também apreendeu 61 mil reais na casa de Ronnie e outros 50 mil reais na residência dos pais do dele. Acusado de dirigir o carro que levava Ronnie Lessa na noite dos assassinatos, o ex-PM Élcio de Queiroz ainda não teve os bens sequestrados divulgados.