Três dias após a morte de Raquel Antunes, 11, imprensada pelo carro alegórico da escola Em Cima da Hora, a delegada Maria Aparecida Mallet, responsável pela investigação, se pronunciou nesta segunda-feira, 25, sobre o caso. “À primeira vista, tinha muita criança no carro”, disse sobre as imagens da câmera de segurança. O motorista do veículo afirma, no entanto, que não sabia da presença de crianças na estrutura.
Mallet pondera que ainda é cedo para apontar culpados. “A gente trata como homicídio culposo, ou seja, é por negligência, imprudência ou imperícia. Vai ser uma dessa ou até mesmo as três”.
A mãe da menina, Marcela Portelinha, prestou depoimento na delegacia nesta segunda. O diretor de Carnaval da Em Cima da Hora também era esperado, mas, segundo Douglas Almeida, advogado da escola, ele não foi intimado. “A agremiação vai se comprometer a disponibilizar as melhores informações possíveis para averiguar o que aconteceu nessa fatalidade”, disse Souza ao deixar a unidade.
Raquel Antunes da Silva teve a perna imprensada entre um carro alegórico e um poste durante a dispersão das escolas na noite de quarta-feira, 20. Ela foi levada ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio, em estado grave e precisou passar por uma cirurgia de oito horas para amputar a perna. A menina sofreu uma parada cardiorrespiratória, revertida pelos médicos, mas continuou em estado gravíssimo até que veio a óbito na última sexta-feira.
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, o primeiro dia de desfiles na Sapucaí violou regras determinadas pela Justiça. “No documento há menção específica quanto à necessidade de provimento de segurança na dispersão”, comunicou o órgão.