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Cabral é denunciado por 184 crimes de lavagem de dinheiro

Para o MPF, ex-governador do Rio de Janeiro, que pode virar réu pela quarta vez na Operação Lava Jato, era chefe de esquema que movimentou R$ 357,5 milhões

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 19h47 - Publicado em 14 fev 2017, 16h41
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  • Alvo de três ações penais na Justiça Federal, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) pode ser colocado pela quarta vez no banco dos réus. O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro denunciou ao juiz federal Marcelo Bretas o peemedebista por 184 crimes de lavagem de dinheiro investigados na Operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato no Rio.

    Além de Cabral, os procuradores acusam outras dez pessoas, incluindo a ex-primeira-dama fluminense Adriana Ancelmo, a quem são atribuídos sete atos de lavagem de dinheiro. Cabral e Adriana estão presos em Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, Zona Oeste do Rio.

    A denúncia do MPF, que classifica Cabral como “chefe de uma organização criminosa”, tem como base as delações premiadas dos irmãos Marcelo e Renato Hasson Chebar, doleiros e operadores financeiros do ex-governador no exterior. Em seus acordos de colaboração, os irmãos Chebar listaram operações de lavagem de dinheiro relacionadas ao esquema de corrupção liderado por Sérgio Cabral que somam 357,5 milhões de reais, dos quais 39,7 milhões de reais no Brasil e 317,8 milhões de reais no exterior.

    Conforme os investigadores, o dinheiro foi desviado de obras do governo do Rio de Janeiro durante a gestão do ex-governador, entre 2007 e 2014, como a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo, a construção do Arco Metropolitano e o PAC das Favelas.

    As apurações das operações Calicute e Eficiência apontam que Cabral cobrava 5% de propina sobre os contratos, enquanto assessores próximos, como os ex-secretários estaduais Wilson Carlos e Hudson Braga, cobravam 1%, a título de “taxa de oxigênio”.

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    O dinheiro teria sido lavado, de acordo com o Ministério Público Federal, de sete maneiras diferentes, incluindo pagamento de despesas pessoais de Sérgio Cabral e seus familiares. “Os conjuntos de atos de lavagem de dinheiro narrados tinham por objetivo converter os recursos de propina em ativos de aparência lícita e/ou distanciar ainda mais de sua origem ilícita o dinheiro derivado de crimes de corrupção praticados pela organização criminosa”.

    Além do ex-governador, da ex-primeira-dama e dos irmãos Chebar, foram denunciados pelo MPF os operadores financeiros Carlos Miranda, Carlos Bezerra, Sérgio Castro de Oliveira, Álvaro José Galliez Novis e Ary Ferreira da Costa Filho, o sócio de Adriana Ancelmo Thiago de Aragão Gonçalves e o ex-assessor de Cabral Francisco de Assis Neto.

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