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As baladas do desacato à quarentena: festas no interior e praias lotadas

Prefeituras de cidades que estão recebendo muitos turistas nessa época acionaram planos de emergência e, em alguns casos, até a polícia precisou intervir

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 dez 2020, 10h33 - Publicado em 16 abr 2020, 13h55
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  • Nesta semana, o secretário de Saúde de Rondônia, Fernando Máximo, decidiu desabafar nas redes após a descoberta de um foco de contaminação em Porto Velho decorrente de uma festa realizada no dia 4 de abril. “Estou muito decepcionado, para não dizer revoltado. Não estavam trabalhando nem querendo levar o pão para casa. Na verdade, estavam se divertindo, colocando em risco a vida delas e a sua vida”, disse ele. Entre os participantes da balada, que ganhou o apelido de “Coronafest” e agora está sendo investigada pela polícia, estariam médicos e enfermeiros. Quinze pessoas que estiveram no evento testaram positivo, fazendo o número de casos saltar para 49 em Porto Velho, que proíbe aglomerações desde o dia 20 de março.

    Em outras partes do país, também pipocam casos de desobediência à quarentena por parte de empresários e jogadores de futebol, como o atacante Alerrandro, ex-Atlético Mineiro e atual Red Bull Bragantino. O boleiro organizou recentemente uma festa com cerca de 30 pessoas em uma casa alugada em Lavras, no interior de Minas Gerais. Os vizinhos chamaram a polícia e ele foi conduzido à delegacia – e liberado em seguida. “Peço desculpas ao clube, aos torcedores, fiquem em quarentena, em casa, é necessário. Eu descumpri uma regra e peço desculpas”, disse Alerrandro em vídeo publicado pelo clube.

    Em São Paulo, as casas de veraneio no litoral e os condomínios fechados no interior estão abarrotados de gente. Em São Sebastião (SP), que tem mais de 100 quilômetros de orla, a prefeitura precisou acionar batalhões da Guarda Municipal para expulsar banhistas na praia que têm um dos metros quadrado mais caros do litoral paulista, a da Baleia.

    Segundo o prefeito Felipe Augusto (PSDB), São Sebastião está cheia, com 50.000 veranistas (a população local é de 87.000) que vieram passar a quarentena. No feriado de Páscoa, a lotação chegou a 300.000 pessoas. “O pior são os turistas. Esse é o nosso maior problema do momento. Alguns estão saindo do isolamento achando que vão poder pegar praia e jogar futebol na areia”, diz o prefeito, que também alerta para a aglomeração em mercados e farmácias da cidade. “Todo dia parece fim de semana”, relata um morador que vive em Guaecá, um dos balneários de São Sebastião.

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    Em Ilhabela, também no litoral norte de São Paulo, a Marinha faz fiscalizações diárias para interceptar lanchas que vêm do continente e tentam driblar a inspeção na balsa, que tem barrado a entrada de pessoas de fora sem justificativa. Moradores também relatam que, com as praias fechadas, as pessoas começaram a lotar as cachoeiras, que contam com pouca fiscalização.

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