Três dias depois de ter desestimulado os manifestantes a saírem às ruas por causa da propagação do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro foi ao Twitter neste domingo, dia 15, para endossar atos que estão sendo realizados a favor do seu governo. O presidente publicou vídeo de aglomerações no Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Deputados bolsonaristas, como Éder Mauro e Marco Feliciano, também ignoraram os apelos e postaram imagens de protestos em Belém e Ribeirão Preto, com o lema “BolsonaroDay”. “Contra tudo e contra todos, contra todo o sistema que se mobilizou para impedir, as manifestações pró-Bolsonaro são mantidas em 259 cidades”, escreveu Feliciano em seu perfil no Twitter.
Na quinta-feira, utilizando uma máscara branca, o presidente sugeriu aos movimentos de rua que suspendessem as manifestações marcadas para este domingo. “O que nós devemos fazer agora é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas, porque os hospitais não dariam vazão para atender todo mundo. Se o governo não tomar nenhuma providência, sobe, depois não dá mais e o sistema não suporta”, disse o presidente em live no Facebook. “Uma das ideias é adiar, suspender. Depois de um mês, dois meses, faz”, completou ele, ressalvando que o “movimento não é meu” e que não queria ser apontado como culpado caso houvesse uma explosão de pacientes com covid-19 .
Na ocasião, a maior parte das lideranças dos movimentos atendeu à recomendação do presidente, mas alguns militantes decidiram ir às ruas neste domingo para protestar em apoio ao presidente e contra parlamentares do chamado “centrão”, mesmo diante do alerta das autoridades de que haverá um crescimento exponencial nos casos de coronavírus no país nas próximas semanas.