Após despertar de um coma de 16 dias, o menino Gui emocionou o Brasil
Na hora de voltar para casa, o garotinho não teve dúvida: vestiu a camisa de seu time, o Vasco, que ganhou na visita que recebeu do jogador Gabriel Pec
Ainda na cama do hospital, Guilherme Gandra Moura, de 8 anos, tocou milhões de pessoas que assistiram ao vídeo em que ele pronunciou, com voz fininha e fragilizada, “mamãe”. Havia acabado de despertar de um coma de dezesseis dias. “Eu te amo”, retribuiu Tayane Gandra, que cobriu o menino de carinho, tomada de alegria pelo que chamou de “milagre”. Na terça-feira 27, Gui, como é conhecido, deixou finalmente o hospital na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde se internara para tratar de um resfriado, que evoluiu para pneumonia. Sua saúde inspira cuidados desde o nascimento, quando foi diagnosticado com epidermólise bolhosa, doença autoimune raríssima, que provoca constantes feridas na pele mesmo diante de um mínimo atrito e para a qual não há cura. Nesta que foi sua 23ª passagem pela UTI, o quadro piorava, e os médicos precisaram induzi-lo ao sono, à base de sedativos, para que ele fosse intubado. Na hora de voltar para casa, o garotinho não teve dúvida: vestiu a camisa de seu time, o Vasco, que ganhou na visita que recebeu do jogador Gabriel Pec. “A alegria dele faz todo o esforço valer a pena”, falava a emocionada mãe. Com um sorriso de pura doçura congelado no rosto, Gui planeja voltar à vida normal, como qualquer criança. “Quero brincar muito e jogar videogame”, avisou o pequeno guerreiro, cuja luta segue com toda a bravura e delicadeza.
Publicado em VEJA de 5 de Julho de 2023, edição nº 2848