Agora é oficial: amigão dos Bolsonaro, Queiroz será candidato pelo PTB
Ex-assessor de Flávio, apontado como operador do suposto esquema de 'rachadinha' no gabinete do Zero Um disputará vaga de deputado federal pela legenda
Depois de provocar turbulências no partido, com reações exacerbadas e candidatos ameaçando deixar a legenda caso ele fosse aceito, o policial militar aposentado Fabrício Queiroz assinou sua filiação ao PTB na tarde desta quarta-feira (30). Agora é oficial: ele será candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro, apontado como o suposto operador do esquema da “rachadinha” em seu gabinete na Assembleia Legislativa fluminense e amigo do clã presidencial, decidiu sair dos bastidores da política e testar sua popularidade nas urnas após o caso do desvio de verbas voltar à estaca zero – a Justiça entendeu no ano passado que as principais provas do inquérito haviam sido obtidas de forma irregular.
Queiroz fala a VEJA sobre caso das rachadinhas e laços com o clã Bolsonaro
As negociações com o PTB para uma possível candidatura vieram à tona em janeiro passado, quando Queiroz se reuniu em Brasília com à então presidente da sigla, Graciela Nienov. As polêmicas já começaram ali. Segundo fontes influentes no partido, ele teria negociado um espaço na agenda do presidente Jair Bolsonaro em troca da sua candidatura pelo PTB. A informação da barganha foi revelada por VEJA com exclusividade, na edição de 23 de março. Nas últimas semanas, a entrada do PM aposentado, que conhece o chefe do executivo nacional há cerca de quarenta anos, balançou. Membros do alto escalão do diretório estadual temiam o desgaste com a presença do ex-assessor de Flávio no seu quadro.
Entre membros da cúpula do PTB, o desempenho de Queiroz nas urnas é visto como uma incógnita. “Ele pode fazer 10 000 ou 70 000 votos”, avalia um dirigente. Entre as pessoas que se mostraram, desde o princípio, favoráveis à filiação do ex-assessor do Zero Um de Bolsonaro ao partido está Ana Lucia Jefferson, mulher do fundador da legenda, Roberto Jefferson.
Antes de turbinar a busca por partidos e se lançar como pré-candidato federal, Queiroz buscou o aval da família Bolsonaro. Em dezembro passado, o PM aposentado se encontrou, por meio de um intermediário, com o senador Flávio. “Ele disse que eu tinha que vir candidato mesmo”, declarou a VEJA. O ex-assessor revelou ainda que o que gostaria de ter ouvido era: “Vem para o PL”.
Queiroz chega ao PTB num momento em que o presidente nacional do partido, Marcus Vinícius de Vasconcelos, o Neskau, foi afastado do cargo pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Segundo denúncias de deputados estaduais de Roraima, o ex-deputado Roberto Jefferson continuaria a presidir informalmente o partido.