Praga, Tel Aviv e Bogotá: estudo mostra onde o transporte é sustentável
Relatório global inédito avalia o progresso das cidades em oferecer opções de transporte sem carro, com trens, ônibus e ciclovias
Novo estudo realizado pelo Instituto de Política de Transporte e Desenvolvimento, com sede em Nova York, trouxe revelações surpreendentes sobre a qualidade do sistema de transportes ao redor do globo.
Segundo levantamento, Praga, capital da República Checa, desbanca grandes centros como Londres e Paris e tem o transporte mais acessível e sustentável do mundo.
Isso porque 89% da população de Praga reside a 500 metros de uma linha de trem ou ônibus que funciona com intervalos de no máximo 10 minutos no horário de pico.
Em segundo lugar aparece Breslávia, terceira maior cidade da Polônia, onde esse percentual é de 86%.
O primeiro Atlas anual de Transporte Urbano Sustentável analisa nove métricas de mobilidade sustentável em mais de 1.000 áreas metropolitanas em todo o mundo.
Estas medidas incluem a percentagem de residentes que estão próximos dos meios de transporte, o que inclui, além de ônibus, veículos leves sobre trilhos (VLT) e o metrô, também as ciclovias e ruas para pedestres.
O estudo destaca ainda casos de sucesso fora da Europa.
Tel Aviv, centro financeiro de Israel, ficou em terceiro lugar, também com 86% da população bem servida de transporte de massa.
Em seguida, na quarta posição, aparece Bogotá, capital da Colômbia, com 85%.
Em 2000, a cidade colombiana iniciou a implantação do chamado Transmilênio, um sistema de corredores exclusivos de ônibus que hoje se estende por 115 quilômetros.
O Brasil aparece mal nos indicadores.
Segundo o levantamento, São Paulo, maior cidade do país, tem apenas 24% de sua população vivendo a até 500 metros de uma opção de transporte eficiente. Isso deixa a cidade em 78º lugar no ranking mundial.
No caso do Rio de Janeiro, a situação é ainda pior: somente 3% dos cariocas possuem esse acesso facilitado, deixando a segunda maior cidade brasileira em 125º posição no globo.
O estudo tem como foco principal o acesso ao transporte público, e não o tamanho da rede ou o modo de transporte, daí a razão para que metrópoles tradicionais tenham ficado de fora
Ele também fornece pistas importantes sobre o comportamento de cada região de acordo com o transporte disponível.
Para efeito de comparação, Dallas e Boston, nos Estados Unidos, possuem malha e população semelhantes.
Mas o atlas mostra que mais pessoas conseguem ter acesso a transporte frequente no caso de Boston, fazendo com que esta se saia melhor.