O alerta para onda de calor emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), chega ao fim às 19h deste domingo, 17. Apesar disso, a proximidade com o verão mantém as temperaturas altas em todo o país.
A nona onda de calor registrada em 2023 teve início na última quinta-feira, 14, e provocou um aumento progressivo das temperaturas até o final de semana, com máximas acima dos 40 graus centígrados registradas em boa parte do país – na cidade de Porto Xavier, no Noroeste gaúcho, os termômetros marcaram 40,6 graus, neste sábado, enquanto os moradores de Cuiabá, no Mato Grosso, enfrentaram os 42,2 graus.
O fim do alerta de onda de calor não será acompanhado por queda drástica nas temperaturas. Apesar do arrefecimento da zona de alta pressão que causou o fenômeno, a combinação entre mudanças climáticas, El Niño e a aproximação do verão, que começa na próxima sexta-feira, 22, mantém as temperaturas elevadas.
O que causou essa onda?
As altas temperaturas foram causadas por uma área de alta pressão atmosférica, que deixou o ar mais seco. “Sem nuvens, mais insolação consegue chegar na superfície da Terra e o domo causado pelo vento que gira no sentido anti-horário impede que o calor se dissipe, o que causa o aumento nas temperaturas.”, afirma Regina Rodrigues, Professora de Oceanografia e Clima da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Coordenadora dos Grupos de trabalho sobre Risco Climático e Ondas de Calor Marinhas do Programa Mundial de Pesquisas Climáticas da ONU, em entrevista a VEJA.
Um ano de recordes
Esta foi a quinta onda de calor consecutiva que atingiu o país no segundo semestre de 2023, o que explica os recordes de temperatura. Os meses de setembro, outubro e novembro foram os mais quentes já registrados em todo o planeta, o que coloca o ano como o mais quente da história.
Isso, de acordo com os especialistas, é uma consequência direta do aquecimento global. A presença de mais gases do efeito estufa na atmosfera faz com que a média de temperatura aumente em todo mundo. Além disso, o El Niño, fenômeno natural que aquele as águas do pacifico, também contribuiu para o calor excepcional no segundo semestre.
“Esse fenômeno altera a circulação atmosférica, causando chuvas no sul e secas no norte e no nordeste”, afirma Rodrigues. “O que eu tenho visto é que os impactos desse evento natural estão sendo intensificados como resultado das mudanças climáticas.”