Impactada por uma forte seca, a Espanha atingiu um novo recorde de abril mais quente e seco desde 1961, quando dados da Agência Estatal de Meteorológica espanhola (AEMET) começaram a ser compilados. A média diária de temperatura do país marcou 14,9°C no último mês, representando um aumento de 3 graus acima dos padrões, divulgou a agência nesta segunda-feira, 8.
A instituição apontou que a precipitação reduziu em um quinto o que seria esperado para o mês, o que garantiu também o título de abril mais quente da história. A elevação da temperatura neste ano seguiu os recordes desanimadores de 2022. O ano passado foi o mais quente da Espanha, sendo o sexto mais seco do país.
Autoridades climáticas alertaram para problemas no território espanhol no início deste ano. No que chamaram de “seca prolongada”, especialistas afirmaram que ondas de calor e incêndios florestais seriam possíveis consequências dos três anos de poucas chuvas e de altas temperaturas. O país já enfrentou secas intensas em 1980, 1990, 2005 e 2017.
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O fenômeno, no entanto, não se restringe às cidades espanholas. Segundo um estudo realizado por um grupo de cientistas internacionais, somando-se à Espanha, temperaturas inéditas em abril em Portugal e norte da África foram 100 vezes mais prováveis em consequência das mudanças climáticas provocadas pelo homem. Os especialistas indicaram, ainda, que os recordes seriam impossíveis no passado.
Ao procurar alternativas à crise climática, o governo local solicitou fundos de emergência à União Europeia para apoiar agricultores e pecuaristas, que tiveram suas produções afetadas pela situação. No início de abril, um relatório das Nações Unidas advertiu que a Terra deve atingir seu limite, ou “ponto de não retorno”, em 2030, antes do esperado. A organização afirmou, no entanto, que energia e tecnologia limpas podem ser exploradas para evitar um desastre climático.